Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

O Poder das Barragens

Para combater a escassez de água em períodos de seca e para possibilitar a produção de energia, constroem-se barragens.

As barragens possibilitam a retenção de recursos preciosos que, de outro modo, seguiriam o seu curso natural, sendo na maior parte das vezes desperdiçados.

Este exemplo do aproveitamento ou desperdício de um recurso importante, pode também ser aproveitado a propósito dos diálogos, debates, ideias e propostas, que proliferam na net.

Antes de aderir ao FRES e de termos criado o nosso blog, nem sabia o que era um blog. Hoje, constato a existência de centenas de blogs, com maior ou menor qualidade e com maior ou menor número de intervenientes e visitantes.

Numa altura em que se “acusa” a sociedade de ser pouco crítica e pouco criativa, é com agrado que constato que isso não corresponde à verdade. Com efeito, a capacidade crítica e criativa existe e está bem patente em muitos blogs, de que é exemplo o blog da quarta república, cujo link se encontra neste nosso blogdofres.
Acompanhando com interesse os animados debates neste blog, fico contudo com a ideia de que não deixam de ser “debates em circuito fechado”, restritos (involuntariamente) a um número regular de intervenientes.

Assim sendo, todos os interessantes debates, todas as importantes ideias e sugestões, representam gotas preciosas de água que, não existindo barragem onde se alojar, serão irremediável e lamentavelmente perdidas.

Toda a capacidade de produção de energia (necessária a uma transformação para melhor da sociedade em que vivemos) continua a ser silenciosamente desperdiçada.

O desafio que se coloca é então de saber como construir “barragens” para reter estas torrentes de ideias positivas.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Prós e Contras

Mediado como sempre por Fátima Campos Ferreira, assistimos ontem na televisão a mais um programa Prós e Contras.

O programa de ontem foi sobre a Educação tendo entre os convidados a Ministra da Educação e Professores.

Entre as principais questões analisadas, estiveram a avaliação de desempenho dos professores e o modelo de gestão das escolas.

De parte a parte ( Ministra da Educação e Professores ) os argumentos foram sendo apresentados, embora nem sempre da forma mais clara.

Como também é apanágio do programa, muitos aspectos foram revelados, uns mais surpreendentes que outros.

Num ano em que todos se lembraram de falar da Educação, desde o Presidente da República ao Primeiro-Ministro, passando pelos partidos da oposição que apresentam continuamente uma série de propostas, até à própria sociedade civil, é importante manter o discernimento sobre este tema que é de facto relevante pela sua transversalidade a toda a sociedade.

Para quem não tem oportunidade de assistir a este programa, dada a hora tardia que começa e, pior ainda, a hora bem tardia a que acaba, o day-after noticioso, seria uma boa oportunidade de ter um resumo lógico e coerente das principais ideias expostas pelos dois lados da “barricada”.

Em vez disso e nos habituais Jornais da Noite dos 3 canais com maior audiência, o tema principal foi que, graças a recentes decisões favoráveis a acções interpostas por professores, as horas por estes dispendidas nas chamadas aulas de substituição até Janeiro de 2007, poderiam ser reclamadas em termos financeiros, podendo (segundo foi noticiado) os professores requerer o respectivo pagamento.

Este facto pode ter até uma grande relevância para os professores envolvidos.
No entanto, ele teve o efeito de mais uma vez ofuscar tudo o resto.
Como poderemos pretender ser um país sério e evoluído se continuamos a ter os detentores das principais shares televisivas a noticiar com grande relevo um facto que deveria ser uma notícia secundária ?

É importante que se volte a caminhar no sentido de um jornalismo mais sério.

Nem toda a população portuguesa dispõe de tv por cabo ou por satélite.
Para quem ainda está reduzido a 4 canais, resta o oásis de qualidade que é o Jornal 2 , da RTP2. Não quero ser utópico e pedir que RTP1 , SIC e TVI alcancem a qualidade jornalística do telejornal das 22,00 horas da RTP2. Mas não deixa de ser confrangedor que a tão prometida diversidade ( 3 canais a darem notícias às 20,00 Horas ) se reduza a um “copiar” de lógica de informação, em que muitas vezes, ao mudarmos entre os 3 canais, vemos as mesmas notícias, transmitidas com a mesma linguagem e a mesma sequência. Chamar a isto pluralismo é um puro exagero.

Com desinformações destas, perdemos todos. Hoje perdemos por numa questão tão importante como a educação, só ficarmos a saber que alguns professores vão poder reclamar o pagamento de “horas extraordinárias”. Para uma sociedade a quem se pede um papel mais esclarecido e interventivo, sabe a pouco.

Otávio Rebelo

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Riscos de crise social

A propósito da tomada de posição da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, julgo ser pertinente uma pequena reflexão, na sequência do excelente e oportuno artigo apresentado pelo Otávio. Aliás, este é um tema na ordem do dia do qual, nenhum de nós, como cidadãos conscientes e atentos, nos devemos alhear.

A SEDES é uma Associação cívica com cerca de 37 anos de vida e provavelmente o mais antigo e notável Think Tank português. Ao longo do tempo tem tomada posições e apresentado propostas, ouvidas, respeitadas e seguidas pelos políticos, agentes económicos, empresários e decisores nacionais. Apresentando estudos e pareceres transversais a toda a sociedade portuguesa, sejam de carácter económico, orçamental, cívico ou político, a SEDES tem sido ouvida e respeitada.

No caso mais recente a que me reporto, verificamos que a mais recente análise da SEDES se limita a efectuar um diagnóstico da situação social actual. No mesmo, é-nos dito, entre outras coisas, que o país vive “um mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional” ou que há “sinais de degradação da confiança dos cidadãos nos seus representantes” e ainda que “ se vive um sentimento de insegurança entre os cidadãos” para citar apenas alguns exemplos. De igual forma nos é dito que se assiste ao “afundamento da qualidade dos partidos” e que o Estado “tem uma presença asfixiante sobre a sociedade”.

São conclusões e afirmações verdadeiras as que aqui são produzidas. Porém, e mais uma vez, não passam senão de um novo diagnóstico, social e político, dos quais todos sabemos que estamos já bem servidos. Aliás Portugal é, como já muitos têm afirmado, um país de diagnósticos em que tudo é diagnosticavel mas pouco é concretizado.

Dada a honorabilidade de uma organização como a SEDES, julgo que seria benéfico para todos nós, cidadãos, políticos, empresários, gestores, encontrar nas palavras ou nas reflexões da SEDES, propostas, sugestões, linhas orientadoras de acção para a resolução dos problemas que a mesma apenas se limita a diagnosticar. De facto, a importância e o impacto que teve de imediato na sociedade civil e politica, o texto publicado no portal desta organização, os ecos que causou nas rádios e televisões ou as reacções partidárias, leva-nos a concluir que era preciso mais do que apenas um diagnóstico. Estas reacções são a prova da necessidade que o país tem de linhas de orientação provenientes da sociedade civil. Até parece que todos estavam à espera destas palavras. É para isso que servem as organizações similares, é para isso que servem os Think Tanks como a SEDES…ou o FRES.

Estes factos são igualmente a prova da necessidade de vermos o FRES e estarmos no FRES como verdadeiros empreendedores sociais. Para além de diagnósticos, urge apresentar propostas e soluções. Em breve retomarei a temática do empreendedorismo social e do seu impacto em todo o mundo através de dezenas de exemplos concretos.

domingo, fevereiro 24, 2008

Crises e Soluções

A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) alertou quinta-feira para um «mal-estar» na sociedade portuguesa que, a manter-se, dizem, poderá originar uma «crise social de contornos difíceis de prever».

Criada em 1970, a SEDES é uma estrutura que tem como preocupação reflectir sobre a situação económico-social do país e o último alerta que lançou pode também ser relembrado no link

http://www.millenniumbcp.com/SME/middle/04/showNew/0,3532,3-20080222011700-DIARIODIGITAL----true-,00.html

Tal como a SEDES, o FRES também segue atentamente os acontecimentos que têm implicações económicas e sociais, aplaudindo os contributos de todas as associações que com maior ou menor notoriedade, lutam por uma sociedade melhor.

O contributo recente da Sedes é particularmente importante por ter conseguido despoletar de imediato uma série de reacções e debates, envolvendo pessoas de diversos quadrantes.

Uma das questões que se coloca em torno deste alerta é o de tentar perceber se esta crise social terá origem numa crise económica ou se, pelo contrário, é a crise social que cria as condições para um agravar da crise económica.

Mesmo não querendo “abusar” da palavra crise, todos constatamos uma multiplicação de sinais preocupantes tais como: elevado número de desempregados, fraco dinamismo do mercado de emprego, aumento do número de falências e crescimento económico bastante abaixo do desejado e necessário para uma real revitalização da economia.

Tal como a questão popular de quem nasceu primeiro, se foi o ovo, ou se foi a galinha, também aqui poderiam ser analisadas as relações de causa-efeito entre a crise social e a crise económica.

Receio contudo que essa não seja a tarefa mais importante. Todos os estudos, debates e análises são importantes para se aferir a realidade com base em factos. No entanto, é também necessário ter presente o factor tempo. Enquanto o tempo vai passando, são milhares as pessoas afectadas pelos males económico-sociais acima descritos.

Numa altura em que as estatísticas estão na moda, é importante que se deixe de pensar nas pessoas como simples números estatísticos, analisados e interpretados sempre da perspectiva mais benéfica, distanciando-se do que está na origem dos números, ou seja, das pessoas, dos cidadãos, dos seres humanos que nos rodeiam e que por motivos alheios à sua vontade, enfrentam desafios de sobrevivência em condições cada vez mais precárias.

Também nesta semana e em entrevista televisiva, António Pires de Lima, presidente da comissão executiva da Unicer, comentou as alterações recentes efectuadas no seio da empresa. Relatou a necessidade de com rigor mas com custos sociais, terem sido feitas reestruturações organizativas.
O que achei mais curioso e esperançoso nos seus comentários foram dois factos:
1º - As reestruturações recentes que a Unicer fez tiveram o apoio e envolvimento dos trabalhadores. Não de todos, obviamente, pois certamente houve muitos trabalhadores que não queriam ser dispensados. No entanto, as administrações das empresas têm de defender o interesse global de accionistas e trabalhadores no longo prazo, sendo por vezes necessários os tão temidos sacrifícios. Quanto aos trabalhadores que ficaram, foi criado um clima de maior envolvimento na organização, que traz sempre resultados positivos. Sempre defendi que as reformas se fazem com as pessoas e não para as pessoas, sendo positivo o contributo de cada pessoa, de cada trabalhador(a).

2º - Sendo desejados os processos de racionalização, eles não podem ser a única via a enveredar porque, até a racionalização tem limites físicos. Torna-se então importante ter novas estratégias, novas medidas, novas acções que potenciem o crescimento económico da empresa. Essa ambição, assente em bases realistas, contribuiu para uma constante e maior motivação de todos elementos da organização.

Também o nosso país funciona como uma empresa. Se por um lado são necessários sacrifícios que trazem as sempre indesejáveis consequências económicas e sociais, por outro lado é necessário que os nossos administradores públicos e privados (leia-se Estado e Empresas Privadas) sejam capazes de tomar medidas motivadoras e que contemplem a participação activa dos cidadãos.
Otávio Rebelo

domingo, fevereiro 17, 2008

No interior da Cultura e a Cultura no Interior



A promoção da qualidade de vida dos cidadãos passa também pelo seu acesso a eventos culturais. Nas grandes cidades do país já existe uma boa e diversificada oferta, sendo também verdade que se pode sempre melhorar, em quantidade e em qualidade.

Quando nos deslocamos para o interior, esses momentos de recreação, lazer e cultura, tendem a ser mais escassos ou, pior ainda, inexistentes.
Foi por isso com bastante agrado que me desloquei ontem ao Sobral do Monte Agraço. Não se trata de um concelho do interior profundo. Está situado entre Torres Vedras e Arruda dos Vinhos, não estando pois muito longe de Lisboa. É contudo, uma terra pouco falada e pouco visitada, que acolheu ontem à noite um espectáculo de Jazz.
Confesso que não sou ( não era ) apreciador de Jazz. Habituado a ouvir um pouco de tudo, nunca tive muita predilecção por este género musical. Ainda assim, e por ter a opinião de que devemos ter a mente e os ouvidos abertos a novas sonoridades, resolvi descobrir então quem são os Lisbon Swingers e como iriam eles fazer a defesa da sua dama, o Jazz.
Os Lisbon Swingers são uma chamada Big Band, constituída por um grupo de amigos de diversas idades, interessados em interpretar grandes temas do Jazz, nomeadamente os clássicos americanos da era do Swing. Ensaiam sob a direcção de Claus Nymark e contam actualmente com cinco saxofones, um clarinete, oito metais, secção rítmica e duas vozes, tudo novidades para mim. Uma coisa é estarmos sentados no sofá de casa, ouvindo um cd. Outra bem diferente é vermos os intérpretes ao vivo, podendo apreciar como tocam cada um dos instrumentos. Esta orquestra foi constituída há mais de dez anos e realiza anualmente concertos por todo o país, levando estes “pedaços de cultura” a públicos pouco habituados a eventos desta natureza.
Ontem foram a população do Sobral ( e os visitantes ) presenteados com um muito bom espectáculo, onde foram dados a conhecer os sons de orquestras de referência da história do Jazz, como as de Count Basie e Duke Ellington. Para mim e num primeiro contacto ao vivo com o Jazz, mais importante do que estes nomes, foi o apreciar da actuação desta orquestra. Estiveram em palco cerca de 20 elementos que se entregaram de corpo e alma, demonstrando rigor e paixão. Foi sem dúvida uma óptima oportunidade de conhecer melhor este género musical.
Também ajudou o facto de estarmos numa sala bastante acolhedora. O Cine-Teatro do Sobral de Monte Agraço, com capacidade para 219 espectadores, apresenta-se como um espaço de descoberta em torno da Dança, Música, Teatro, Cinema e áreas multidisciplinares. A sua plena utilização ao longo do ano, dinamizada sobretudo pela Câmara Municipal, possibilita o desenvolvimento de um trabalho de sensibilização e fidelização de públicos, promovendo a elevação do nível de acesso cultural da população do concelho do Sobral e dos concelhos limítrofes.
Gostando de apreciar o que se vai fazendo no desenvolvimento e promoção da cultura, devemos estar orgulhosos por também no interior se estarem a fazer esforços produtivos no sentido da sua divulgação.
O frio da noite de ontem não chegou para arrefecer o entusiasmo da população, que saiu do Cine-Teatro com um sorriso de satisfação por ter presenciado um bom espectáculo cultural.

domingo, fevereiro 10, 2008

Um bom exemplo

Foi com enorme agrado que vi ontem na tv a notícia da construção e conclusão ainda este ano do Kartódromo do Algarve.

Para quem ainda não sabe aqui fica um link com a notícia

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=556181


Este é um daqueles casos em que a alegria é múltipla, ou seja, há vários motivos para ficar contente:

1. É uma “pedrada no charco”, sendo de louvar esta iniciativa privada que representa um investimento de 200 Milhões de Euros.
2. É um projecto arrojado mas, assente em bases realistas. Foi concebido com base no detectar de um conjunto de oportunidades a vários níveis ( desportivo, turístico, tecnológico, etc ).
3. Mostra audácia e vontade prática de combater com acções os outros países.
4. Reabre a possibilidade de voltarmos a ter a F1 em Portugal.
5. Ainda não analisei totalmente as repercussões deste investimento, mas só a existência de um pólo tecnológico onde se pretende atrair marcas de prestígio como a Ferrari, demonstra a enorme mais valia deste projecto.
6. É um projecto sem intervenção directa do Estado, mas que o Estado vê com bons olhos, entre outros factores, pelo potencial de desenvolvimento económico de uma região carenciada de investimentos. Lembrei-me imediatamente do nosso estimado colega Ricardo Pedrosa e das suas análises das PPP´S ( parcerias público-privadas ). Também elas serão bem vindas pois muita da disputa internacional também se faz com a participação dos Governos de cada país.

Por tudo isto considero este um bom exemplo e uma machadada ( quantas ainda serão precisas ? ) nos “Velhos do Restelo”.

Otavio Rebelo

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Politica Internacional, eleições e eleitos

Em resposta aos desafios e reflexões do Otávio posso acrescentar alguns pontos de vista.

O Paquistão é um país relevante politica e militar no quadro internacional uma vez que pode contribuir (ou não) para uma situação de (des)equilíbrio geo-estratégico naquela região do globo.
Por um lado porque se encontra em fronteira com a Índia, gigante no contexto geográfico e futuramente em termos económicos. Poderá por isso retirar benefícios futuros desta fronteira sanados que forem os conflitos de natureza territorial existentes. Alimentando com este país uma relação tensa relativamente a domínios de tipo territorial, o Paquistão, recente aliado dos EUA pós 11 e Setembro, tem procurado marcar uma posição favorável junto do mundo ocidental. No entanto a sua mais recente história politica é contraditória e contrária aos propósitos que parecem conduzir a sua diplomacia económica e politica actual. O Paquistão, pela sua posição geográfica relativamente ao Afeganistão e Iraque tem sido alvo de desconfianças por parte dos países ocidentais, em especial nos momentos pós guerra Afeganistão - União Soviética e pós ocupação dos EUA ao Afeganistão. Por todas estas razões o equilíbrio político no quadro interno será essencial para um equilíbrio e transparência de relações com o ocidente. Tanto mais que o papel económico futuro da índia no Mundo exigirá (sob pena de as relações ocidentais com uma parte da Ásia serem afectadas) essa clarificação.

O Quénia é um país de África. Visto muito recentemente como um exemplo a seguir em termos políticos e até económicos, vê agora quebrar-se esse equilíbrio e a imagem de um país a caminhar para o desenvolvimento e para uma democracia madura. Novamente as questões tribais (e sempre elas) a colocarem um travão no desenvolvimento humano, económico e social. As questões culturais (pensemos bem) a sobreporem-se a todas as outras. A comunidade internacional (entenda-se as Nações Unidas) tem obrigatoriamente aqui que desenvolver um papel interventivo (de diplomacia politica - quiçá em breve na ajuda a deslocados) no sentido de procurar estancar este perigo que poderá certamente alastrar a outros países fronteiriços (países de grande instabilidade politica. Sudão e Burundi por exemplo) que, como é usual em África, tomarão partido de alguma das partes.

EUA. Os comandos do planeta! Sou algo tendencioso aqui. As eleições nos EUA são determinantes para um novo quadro de relações internacionais deste país com o resto do mundo, o que em muito influenciará o clima de confiança política e sustentação/reforço de cariz económico entre os diversos blocos. A desastrosa politica externa (e interna) da actual administração americana, desconstruíu o que havia sido construído/edificado na era Clinton-Gore. Os EUA necessitam de uma nova administração (e o resto do mundo também). Voltar ao diálogo, à diplomacia económica e politica é um imperativo, mudar a imagem dos EUA face ao resto do mundo é imperativo. A estabilidade politica, social e económica nos EUA é um anti-depressivo, um paliativo ou um analgésico (conforme queiramos) para as dores que a Europa, Ásia e Médio oriente sentem agora.

sábado, fevereiro 02, 2008

Politica Internacional num Mundo Interdependente

Caro Octávio,
Como solicitastes um comentário sobre três Países estratégicos para a estabilidade mundial gostaria de dar o meu pequeno contributo numa análise de caracter geopolitico:

Relações Paquistão-India

O Paquistão é um pais relevante na cena internacional,pois, é um aliado estratégico dos EUA na região e serve como balança de poderes regional em relação a India a superpotência regional em grande ascensão que também faz parte do clube BRIC (Brasil, Rússia, India e China). O Paquistão ao ser aliado estratégico dos EUA na luta contra o terrorismo está ao mesmo tempo a dizer ao Estados Unidos: " aproxima-te de mim,pois, a India está a aproximar-se da Rússia"

Para a politica externa americana, contudo, também não lhe convém um distanciamento em relação a India dado o peso desta potência no sistema económico mundial e as privilegiadas relações comerciais que possui quer com a Europa quer com a China.
A India e o Paquistão têm religiões diferentes apesar de serem ambos filhos do Império Britânico (um País é maioritariamente Hindu e outro é Muçulmano). Como dizia Henry Kissinger a politica internacional é feita de equilibrios de poderes e a estabilidade do sistema multipolar implica a existência de vários poderes (EUA, União Europeia, Rússia, India e China) com capacidade de projecção internacional.
Quando o centro do Mundo se transfere do Ocidente para a Ásia é obvio que numa análise estratégica temos que ter sempre em conta a região da Ásia e o Sub-Continente Indiano.

Quénia -

A instabilidade politica no Quénia um dos paises mais estáveis do Continente Africano e com uma capital Nairobi que alberga vários escritórios regionais das Nações Unidas e que era considerado um modelo de democracia africana está neste momento a criar condições para um instabilidade regional que pode afectar paises vizinhos como Burundi, Ruanda, Uganda e Sul do Sudão. Na opinião de alguns analistas internacionais as causas desta instabilidade são questões tribais, de conquista de território e de acesso a recursos. A União Europeia e os Estados Unidos principais doadores do País estão preocupados com a situação dai que a ajuda humanitária no terreno seja uma prioridade bem como o regresso a normalidade.

Estados Unidos - Eleições
As eleições nos EUA são bastante importantes para todos nós cidadãos comuns deste mundo globalizado já que irão ter implicações quer na economia mundial quer no pós eleições no formular de uma poiltica externa americana de carácter menos unilateral e mais multilateral de diálogo e de aproximação as restantes superpotências. A Politica externa americana no Médio Oriente e as relações com os Países da América Latina serão sem dúvida para ambos os candidatos Hilary Clinton ou Obama prioridades da agenda politica internacional. Vamos aguardar novos desenvolvimentos.......