Em resposta aos desafios e reflexões do Otávio posso acrescentar alguns pontos de vista.
O Paquistão é um país relevante politica e militar no quadro internacional uma vez que pode contribuir (ou não) para uma situação de (des)equilíbrio geo-estratégico naquela região do globo.
Por um lado porque se encontra em fronteira com a Índia, gigante no contexto geográfico e futuramente em termos económicos. Poderá por isso retirar benefícios futuros desta fronteira sanados que forem os conflitos de natureza territorial existentes. Alimentando com este país uma relação tensa relativamente a domínios de tipo territorial, o Paquistão, recente aliado dos EUA pós 11 e Setembro, tem procurado marcar uma posição favorável junto do mundo ocidental. No entanto a sua mais recente história politica é contraditória e contrária aos propósitos que parecem conduzir a sua diplomacia económica e politica actual. O Paquistão, pela sua posição geográfica relativamente ao Afeganistão e Iraque tem sido alvo de desconfianças por parte dos países ocidentais, em especial nos momentos pós guerra Afeganistão - União Soviética e pós ocupação dos EUA ao Afeganistão. Por todas estas razões o equilíbrio político no quadro interno será essencial para um equilíbrio e transparência de relações com o ocidente. Tanto mais que o papel económico futuro da índia no Mundo exigirá (sob pena de as relações ocidentais com uma parte da Ásia serem afectadas) essa clarificação.
O Quénia é um país de África. Visto muito recentemente como um exemplo a seguir em termos políticos e até económicos, vê agora quebrar-se esse equilíbrio e a imagem de um país a caminhar para o desenvolvimento e para uma democracia madura. Novamente as questões tribais (e sempre elas) a colocarem um travão no desenvolvimento humano, económico e social. As questões culturais (pensemos bem) a sobreporem-se a todas as outras. A comunidade internacional (entenda-se as Nações Unidas) tem obrigatoriamente aqui que desenvolver um papel interventivo (de diplomacia politica - quiçá em breve na ajuda a deslocados) no sentido de procurar estancar este perigo que poderá certamente alastrar a outros países fronteiriços (países de grande instabilidade politica. Sudão e Burundi por exemplo) que, como é usual em África, tomarão partido de alguma das partes.
EUA. Os comandos do planeta! Sou algo tendencioso aqui. As eleições nos EUA são determinantes para um novo quadro de relações internacionais deste país com o resto do mundo, o que em muito influenciará o clima de confiança política e sustentação/reforço de cariz económico entre os diversos blocos. A desastrosa politica externa (e interna) da actual administração americana, desconstruíu o que havia sido construído/edificado na era Clinton-Gore. Os EUA necessitam de uma nova administração (e o resto do mundo também). Voltar ao diálogo, à diplomacia económica e politica é um imperativo, mudar a imagem dos EUA face ao resto do mundo é imperativo. A estabilidade politica, social e económica nos EUA é um anti-depressivo, um paliativo ou um analgésico (conforme queiramos) para as dores que a Europa, Ásia e Médio oriente sentem agora.
O Paquistão é um país relevante politica e militar no quadro internacional uma vez que pode contribuir (ou não) para uma situação de (des)equilíbrio geo-estratégico naquela região do globo.
Por um lado porque se encontra em fronteira com a Índia, gigante no contexto geográfico e futuramente em termos económicos. Poderá por isso retirar benefícios futuros desta fronteira sanados que forem os conflitos de natureza territorial existentes. Alimentando com este país uma relação tensa relativamente a domínios de tipo territorial, o Paquistão, recente aliado dos EUA pós 11 e Setembro, tem procurado marcar uma posição favorável junto do mundo ocidental. No entanto a sua mais recente história politica é contraditória e contrária aos propósitos que parecem conduzir a sua diplomacia económica e politica actual. O Paquistão, pela sua posição geográfica relativamente ao Afeganistão e Iraque tem sido alvo de desconfianças por parte dos países ocidentais, em especial nos momentos pós guerra Afeganistão - União Soviética e pós ocupação dos EUA ao Afeganistão. Por todas estas razões o equilíbrio político no quadro interno será essencial para um equilíbrio e transparência de relações com o ocidente. Tanto mais que o papel económico futuro da índia no Mundo exigirá (sob pena de as relações ocidentais com uma parte da Ásia serem afectadas) essa clarificação.
O Quénia é um país de África. Visto muito recentemente como um exemplo a seguir em termos políticos e até económicos, vê agora quebrar-se esse equilíbrio e a imagem de um país a caminhar para o desenvolvimento e para uma democracia madura. Novamente as questões tribais (e sempre elas) a colocarem um travão no desenvolvimento humano, económico e social. As questões culturais (pensemos bem) a sobreporem-se a todas as outras. A comunidade internacional (entenda-se as Nações Unidas) tem obrigatoriamente aqui que desenvolver um papel interventivo (de diplomacia politica - quiçá em breve na ajuda a deslocados) no sentido de procurar estancar este perigo que poderá certamente alastrar a outros países fronteiriços (países de grande instabilidade politica. Sudão e Burundi por exemplo) que, como é usual em África, tomarão partido de alguma das partes.
EUA. Os comandos do planeta! Sou algo tendencioso aqui. As eleições nos EUA são determinantes para um novo quadro de relações internacionais deste país com o resto do mundo, o que em muito influenciará o clima de confiança política e sustentação/reforço de cariz económico entre os diversos blocos. A desastrosa politica externa (e interna) da actual administração americana, desconstruíu o que havia sido construído/edificado na era Clinton-Gore. Os EUA necessitam de uma nova administração (e o resto do mundo também). Voltar ao diálogo, à diplomacia económica e politica é um imperativo, mudar a imagem dos EUA face ao resto do mundo é imperativo. A estabilidade politica, social e económica nos EUA é um anti-depressivo, um paliativo ou um analgésico (conforme queiramos) para as dores que a Europa, Ásia e Médio oriente sentem agora.
2 comentários:
Caro Mário, os teus contributos e os do Alfredo ajudara-me a ter uma visão mais global sobre estes 3 países pelo que muito vos agradeço a ambos. Todavia, as análises não se esgotam aqui pelo que outras dúvidas surgiram-me: Fala-se muito na importância económica da India, mas raramente da sua importância política e militar; A India e o paquistão têm um diferendo que tal como o Israel e a Palestina, assentem em ódios mútuos profundos na luta cega por um mesmo bocado de terra, lutas essas que não terão finais felizes facilmente pois é preciso mil pessoas para construir e basta uma para destruir; o mesmo retrocesso verifica-se pelos vistos no Quénia onde muitos anos de evolução positiva são agora colocados em causa. Neste país o que mais me assusta é ver que a maldade do ser humano pode ir bem longe nos maus tratos que inflinge ao seu semelhante. O ser humano tem um lado muito bárbaro e em todas as partes do mundo ele ainda se manifesta das formas mais terríveis. Contra isso temos apenas a legitimidade das Nações Unidas que não devem ser a única pressão que a comunidade internacional exerce pois a ONU tem muitas limitações para impor as suas resoluções. Continuo a julgar que o Ocidente fecha erradamente os olhos a Africa, ignorando muitos sinais de perigo que esse enorme Continente está a enviar. Um exemplo do pouco sucesso do Ocidente foi a recente cimeira de Lisboa entre a União Europeia e a Africa onde questões fundamentais ficaram por resolver, não se sabe até quando; finalmente as eleições nos EUA têm de facto uma repercussão mundial. Resta saber até que ponto uma nova, forte e dialongante liderança, pode ir a tempo de recuperar muito tempo perdido. As regras da economia global estão a ficaram mais definidas em parametros rígidos e a margem de manobra de um país, por muita importância que tenha, já não me parecem suficientes para num curto espaço de tempo mudar os cenários globais que se estão redesenhando. Aguardo novos contributos de todos leitores do blog, Um abraço, Otavio
Caro Otávio
De facto tocaste num ponto relevante. A colaboração e participação das organizações internacionais como a ONU ou a União Europeia na ajuda aos diferendos existentes nesses lugares do mundo e entre os países referidos. Creio também que o seu papel está muio diminuído e que a sua capacidade de intervenção é determinada(entenda-se reduzida) não só pelas condicionantes de natureza politica mas fundamentalmente de natureza económica. No fundo é assim, é muito dificil estas organizações interferirem nas politicas ou na diplomacia daqueles países. Trata-se de uma problema de soberania da qual nenhum deles quer prescindir. A não ser que dependam económicamente do ocidente. Se assim não for, o papel da UE ou da ONU é francamente frágil ou inexistente.
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