Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quarta-feira, abril 15, 2009

Pôr a funcionar o que existe

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Eleições para a Assembleia da República
Eleições Autárquicas

Em ano de 3 eleições, podemos reflectir um pouco sobre a forma com estamos política e administrativamente organizados.
Há quem defenda para Portugal um Modelo de Regionalização que reorganizaria o País com base em cerca de 5 regiões principais. Não tenho uma opinião totalmente formada sobre a regionalização mas não creio que a actual estrutura esteja desadequada à nossa realidade.
Pertencemos a um espaço comunitário que envolve a grande maioria dos países europeus pelo que faz todo o sentido existir e funcionar bem um Parlamento Europeu que decide muito da vida dos seus Estados Membros.
Temos uma Assembleia da República e um Governo que devem Legislar e vigiar o que acontece de concreto no nosso país.
E temos Câmaras Municipais cobrindo o País de norte a sul, incluindo as regiões autónomas.
Talvez o que nos falte mesmo seja a capacidade de articulação entre estas 3 dimensões tendo como base os cidadãos de cada Município e de cada País.
Como as casas não se começam a construir pelo telhado, o mais importante seria que cada Município conseguisse auscultar as opiniões e as necessidades dos seus Munícipes.
Partiríamos assim de uma base local e concreta, que traduziria de uma forma fiel lógica, quais as necessidades das populações, vivam elas ou não, em regiões limítrofes e isoladas.
Mais do que despender esforços em organizações e reorganizações sem fim, talvez fosse mais importante pôr a funcionar o que existe.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Octávio,

O País actual, está dividido em 3 regiões, Continente, Açores e Madeira. Dada a nossa dimensão Humana (10.5 Milhões) aparentemente temos mais tendência para nos dividir do que para nos unir.

Antes de discutir a proposta de regionalizar, seria bom saber quais os benefícios anunciados dessa divisão/regionalização versos modelo actual. Tal como descreves, já temos organizações locais (municípios e freguesias) que deveriam gerir adequadamente a resolução das necessidades de todos os municípios, considerando as heterogeneidades normais entre todas as populações e locais. O actual modelo de gestão, não deveria gerar o sentimento da necessidade de mais uma organização intermédia, entre governo central e freguesias.

Considerando-se a regionalização, no continente, justificar-se-ia também considerar o fim do modelo de gestão dos municípios, pois seria uma demonstração da sua falha. Manter-se-iam as freguesias como organização de representação dos problemas locais!


Ou seja, passaríamos a ter Governo Central, Governos Regionais e Freguesias.

Este modelo seria bastante representativo! Mas não vai ter grande apoio na classe política!

Muito importante seria saber quais os compromissos, responsabilidades e poderes que os eventuais governos regionais teriam, e não cair na discussão de um tema vago e abstracto do tipo Slogan: “Regionalização - Sim” <> “Regionalização - Não” assunto que vai aumentar as nossas despesas, sem prespectivar nenhum benefício/rendimento. À boa moda nacional!

Abraço,
Nuno Maia

Mário de Jesus disse...

Concordo.

Regionalizar, criar novos ou diferentes governos locais apenas serviria para sugar mais fundos ao Estado, criar novos caciques locais, novos clientelismos e outros "tachos".

Aumentaria muito provavelmente os indices de corrupção uma vez que é do poder local que este emana em grande escala.

O país é demasiado pequeno para divisões e nunca ninguém conseguiu provar quais as vantagens acrescidas de uma nova regionalização.