Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quarta-feira, abril 15, 2009

Ideias simples para uma crise complexa


O que sabemos:

Projecções recentes do Banco de Portugal apontam para uma recessão em 2009 com um decréscimo do PIB de 3,5%.

As exportações e o investimento a caírem 14% e 15% respectivamente neste trimestre face ao período homólogo do ano anterior.

No primeiro trimestre do ano, a insolvência de 957 empresas o que corresponde a um acréscimo do nº de insolvência de 31% face ao mesmo período do ano anterior.

O consumo a cair e a confiança nos seus níveis mais baixos. Uma economia que só irá recuperar quando os nossos parceiros europeus derem início à sua recuperação.

Basta de diagnósticos e vamos às soluções.

Repensar e re-calendarizar os grandes investimentos públicos de longo prazo (que os economistas chamam de investimentos provocadores de despesa) cujo retorno é de muito longo prazo e direccionar esforços para outros de menor escala com impacto social, empresarial e económico mais imediato, em especial na criação de emprego (que fará descolar o consumo interno).

Exemplos: apoiar as PME´s a exportar (há mercados que ainda têm margem de absorção dos nossos produtos só que não chegamos lá).

Como? Pagando o IVA em prazos curtos, reduzindo a dívida pública às empresas – melhor do que qualquer política de redução fiscal.

Acreditação do sistema bancário através do apoio deste (já por si apoiado pelo Estado) às empresas através de uma eficiente alocação das linhas de crédito estabelecidas às suas necessidades. Acompanhar muito de perto estes créditos.

Aproveitar estas linhas para financiar start up´s criadoras de emprego. Onde encontrá-las? Nas universidades técnicas e politécnicos. Há muitas ideias e projectos por aí.

Algumas ideias simples. Sem complicações.

2 comentários:

Otavio Rebelo disse...

Caro Mário, já não é a primeira, nem será a certamente a última vez que nos dás importantes dicas para seguirmos caminhos produtivos. Estou a lembrar-me do teu recente artigo sobre Marketing Internacional. Julgo que estes contributos e o de outros fresianos e visitantes do nosso blog, devem ir sendo estruturados de modo a poderem ser aproveitados quando estivermos a trabalhar num determinado tema.

Efeito Cris disse...

Olá Mário,

Não sou formada em Economia e não sou perita em debates e nem soluções para a crise, mas pertenço/trabalho e discuto diarimanete sobre um sector em crise e que supostamente tem sido alvo de apoios por parte do Governo.

Falo dos TRANSPORTES!!!

Como referiste e bem, a situação do IVA, poderia ser uma solução para determinadas empresas que têm que suportar o IVA dedutivel, quando em relação às suas vendas/facturação têm IVA a reaver do Estado. Porém todos sabemos que as empresas que reclamam (muito) o IVA a receber, acabam muitas delas a ter as contas inspeccionadas.

Mas, não é disso que eu queria falar - queria colocar-te a questão do novo regime de Exigibilidade de IVA, para os Transportadores - aquilo que parecia uma medida de combate à crise no nosso sector, torna-se uma medida para ainda pagarmos mais e mais depressa ao estado pelo IVA suportado.

Ou seja, quem não optar e entrar no novo regime de IVA, tem regras apertadas para pagar o IVA face ao IVA dedutivel dos custos que suporta. Não sei se me fiz explicar bem, mas este novo regime permite só pagarmos o IVA liquidado, aquando do pagamento do nosso cliente, mas se o mesmo não ocorrer em 30dias, já não poderemos deduzir o IVA dos custos, ou seja, em beneficio de só pagar quando recebmos - acabaremos por pagar mais, pois já não iremos a tempo de reduzir esse montante com o IVA dedutivel.

Penso que aquilo que por vezes se assemelham a medidas simples, acabam por vir denunciar estratégias rebuscada e que, parafraseando o Otávio de tornam "Assaltos legais".