“Se os seus esforços forem vistos com indiferença, não desanime. Todos os dias o Sol dá a cada raiar do dia, um espectáculo especial, mas a plateia continua dormindo.” Anónimo.
Destruir ou nada fazer sempre foi mais fácil que construir. Qualquer projecto de carácter desportivo, cultural, social ou económico, encontra tantos obstáculos que é natural os seus promotores sentirem algum desânimo.
No entanto, o que distingue os projectos vencedores é a forte convicção dos seus criadores nas ideias e nos projectos que estão a desenvolver. Esses são os alicerces para que se mantenham de pé, enfrentando toda a espécie de contrariedades.
Isto torna-se tanto mais verdade quanto maior é a indiferença dos destinatários ou beneficiários dos projectos que se estão a promover.
Sente-se hoje na sociedade portuguesa uma apatia e uma indiferença quase confrangedoras pois envolvem quase todos os sectores da vida dos cidadãos. Estas características evoluem em proporção directa a um crescente isolamento e individualismo das pessoas que, incapazes de lutarem por si e pelo mundo que as rodeia, resolveram lutar apenas por si próprias.
Também a nossa democracia, embora jovem e segura, torna-se vítima da crescente indiferença dos eleitores em geral, e dos jovens em particular.
A Assembleia da República aprovou esta semana, na generalidade, e por unanimidade, uma alteração à lei que torna automático o recenseamento eleitoral.
Esta alteração à lei vai permitir incluir nos cadernos eleitorais mais de 300 mil jovens dos 18 aos 24 anos que não estão recenseados.
O recenseamento eleitoral em Portugal é obrigatório, a partir dos 18 anos havendo porém, jovens que não fazem a sua inscrição.
José Magalhães sublinhou que a lei permitirá «incluir nos cadernos eleitorais mais de 300.600 jovens entre os 18 e os 24 anos que figurando na base de dados de identificação civil, não estão hoje recenseados».
A proposta, aprovada a 05 de Junho em Conselho de Ministros, evita que os cidadãos se desloquem às juntas de freguesia para fazer o recenseamento, está integrada no programa SIMPLEX, e será desenvolvida a partir da base de dados do Cartão do Cidadão.
A lei visa também garantir, através de um Sistema de Informação e Gestão do Recenseamento Eleitoral (SIGRE), «mecanismos de actualização permanente» para que o recenseamento «corresponda tendencialmente ao universo eleitoral».
Esta alteração à lei vai permitir incluir nos cadernos eleitorais mais de 300 mil jovens dos 18 aos 24 anos que não estão recenseados.
O recenseamento eleitoral em Portugal é obrigatório, a partir dos 18 anos havendo porém, jovens que não fazem a sua inscrição.
José Magalhães sublinhou que a lei permitirá «incluir nos cadernos eleitorais mais de 300.600 jovens entre os 18 e os 24 anos que figurando na base de dados de identificação civil, não estão hoje recenseados».
A proposta, aprovada a 05 de Junho em Conselho de Ministros, evita que os cidadãos se desloquem às juntas de freguesia para fazer o recenseamento, está integrada no programa SIMPLEX, e será desenvolvida a partir da base de dados do Cartão do Cidadão.
A lei visa também garantir, através de um Sistema de Informação e Gestão do Recenseamento Eleitoral (SIGRE), «mecanismos de actualização permanente» para que o recenseamento «corresponda tendencialmente ao universo eleitoral».
Aprovando uma Lei, o Parlamento consegue vencer a indiferença dos jovens e à margem da sua iniciativa, promove o seu recenseamento.
No entanto, será que esses jovens, que nem iniciativa e interesse tiveram em se recensearem, irão, pelo simples facto de estarem automaticamente inscritos, participar nos actos eleitorais onde se define o presente e futuro do nosso país ?
Permitam-me duvidar. Os nossos actores principais ( os nossos políticos ) têm um longo caminho a percorrer se quiserem mobilizar esses jovens indiferentes e também todos aqueles que deixaram de acreditar neles e nos partidos em que se integram, abdicando do seu maior poder numa democracia, o poder de votar.
Cada vez há mais espectadores passivos, indiferentes e comodistas. Talvez se um dia for possível votarmos via telemóvel, enviando confortavelmente um sms sentado nos nossos sofás, ou bebendo um refresco numa esplanada, tenhamos uma maior participação dos cidadãos nas decisões que influenciam a vida de todos.
Enquanto esse avanço tecnológico não é viável, resta-nos desejar aos actores que aumentem a qualidade das suas performances, com esperança que possam cativar os indiferentes espectadores.
2 comentários:
Nunca faltei a um acto eleitoral! Nunca deixei de cumprir com esta obrigação cívica, procurar a melhor das opções de entre as dísponíveis.
Não votar por não querer pode ser entendido de muitas formas, mas eu não a consigo entender de forma nenhuma!
É evidente que escolher de entre a oferta disponível pode ser difícil, até impossível, mas nesse caso existe sempre o voto nulo ou voto em branco. Este é um voto útil e com implicações duras sobre o sistema político e principalmente nos seus intervenientes mais notáveis.
Prescindir do direito de votar por não querer votar, é efectivamente delegar tudo o que nos rodeia nas mãos dos outros. Aqueles que não participam seguramente que não têm razão para se queixar de nada. Esta não é a atitude que implica maior exigência, nem melhores políticos, nem coisa nenhuma!
Quanto "a votar por sms" só num "Big Brother Nacional" onde cada um de nós tivesse uma identificação móvel única, não o desejo mas também não me surpreenderia muito e técnologicamente já é possível.
MC
Nuno Maia
Concordo com ambas as vossas posições. Se não vivessemos em democracia chorávamos e debatiamo-nos por isso. Lutariamos por um ideal e por direitos que nos estariam a ser caçados. Como vivemos em democracia e tudo hoje nos vem parar às mãos (muitas vezes e para muitos sem o menor esforço ou investimento pessoal, sacrificio ou outra dedicação) demitimo-nos do mais elementar dos direitos e (deveres).
Como nos demitimos de quase tudo o que é a cidadania, dos seus deveres das suas obrigações do papel social e pessoal que temos a obrigação de cumprir nesta sociedade.
Talvez por isso mesmo tenhamos o país que temos. Talvez porque o mereçamos.
Eu também sempre votei. É o meu dever enquanto cidadão, decidir por mim e não deixar que outros o façam. Votar em alguém, nulo ou branco é um sinal de voto. É uma posição assumida que pode expressar diversas posições ou pontos de vista. Cumpro por isso o meu papel social nesta sociedade, para além de pai, de marido, de profissional. É assim o homem moderno é assim nos tempos modernos. É assim que temos que ser quando nos afirmamos como cidadãos deste mundo moderno.
Quem se demite das suas responsabilidades cívicas não tem direito a exigir nem a reclamar.
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