Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quinta-feira, outubro 24, 2013

Tudo às Avessas!


Nos últimos tempos até algumas das pessoas que considero inteligentes e com uma dose razoável de racionalidade me surpreendem com comentários absurdos a propósito do Tribunal Constitucional (e não só…).

Com a vontade que muitos têm de salvar a cara em relação a posições que tomaram e tentam a todo o custo manter, mesmo quando as coisas começam a ser óbvias até para os próprios, fazem malabarismos intelectuais, longos discursos e arrazoados de ideias, que não lembrariam ao diabo, para justificar que assim, como eles dizem, é que as coisas devem ser.
Com isso estão a conseguir por tudo às avessas. Anda meio Portugal (provavelmente mais de meio) completamente confuso e a elaborar pensamentos, a desenvolver ideias, a partir do upside down a que estes discursos nos levam.
Uma das ultimas acusações que vi serem feitas ao Tribunal Constitucional é a de que vai ser responsável pelo próximo programa cautelar ou mesmo de um novo resgate. Como? Importam-se de repetir?
Parem as rotativas!
Parem e pensem! Pensem pela vossa cabeça. Deixem-se de acreditar em propaganda.
Afinal qual é o papel do Tribunal Constitucional? É ser sensível? É ter de aprender economia? É ter de alinhar com o Governo? Ou será apenas e só zelar pela aplicação do que está previsto na Constituição?
O Tribunal Constitucional tem alguma responsabilidade pelas consequências daquilo que é a atuação do Governo? Então não é ao contrário? Não é o Governo que deve governar e legislar de forma a não ferir a Constituição? Numa situação ótima os Senhores do TC nem deveriam ter nada que fazer. Seria sinal de que ninguém ousou ir contra aquilo que a Constituição prevê em defesa do povo português e do país. Seja qual for a cor do partido no poder.
Quem está agora no Governo, está lá porque desejou estar. Está lá porque fez de tudo para lá estar. Está lá porque trabalhou muito para lá chegar. Está lá porque convenceu uma determinada maioria de votantes de que sabia exatamente o que tinha de fazer para resolver o problema existente em 2011. A Constituição Portuguesa dessa altura é a mesma que temos hoje.
Não é a Constituição que tem de se dobrar aos desejos de cada um no poder. A Constituição é o Garante do país e do povo. Toquem-lhe apenas com as ferramentas que a democracia prevê. Ataques e remoques ficam muito mal a quem os desfere.

Foto

Sem comentários: