De facto o Brasil é por estes dias tema de conversa e notícia em todo o planeta. Senão vejamos.
O futebol é o desporto-rei no Brasil. É a sua religião. Porém os brasileiros parece acordarem agora de uma longa letargia e voltam-se contra a sua religião. Os fenómenos de revolta pública a que o país assiste são quase inéditos e revelam um novo (e real?) quadro social e sociológico que urge acompanhar com grande atenção.
O futebol é o desporto-rei no Brasil. É a sua religião. Porém os brasileiros parece acordarem agora de uma longa letargia e voltam-se contra a sua religião. Os fenómenos de revolta pública a que o país assiste são quase inéditos e revelam um novo (e real?) quadro social e sociológico que urge acompanhar com grande atenção.
Calcula-se que, com os governos de Lula da Silva, cerca de 80 milhões de brasileiros saíram da pobreza e começaram a viver dignamente. Daí que se tenha associado o Brasil a um fenómeno de crescimento e ascensão estratosféricos que o colocaram entre os 10 países mais ricos do mundo. Mas que tipo de riqueza é esta? Não será o Brasil um flop e um risco de repetição do fenómeno Argentina nos anos 90? E os anteriormente pobres não terão passado a meros cidadãos de uma classe média empobrecida?
Afinal, contra os muitos milhares de milhões investidos nos estádios e na acomodação das comitivas da FIFA e das seleções dos países participantes, os brasileiros acordam e revoltam-se contra um fenómeno que grassa no país há gerações: a corrupção, o clientelismo, o enriquecimento ilícito. Tudo isto em nome de maior justiça económica e social.
Dão por si a lutar por preços mais reduzidos nos transportes, na construção de estradas, de escolas, no investimento na educação e na saúde, na construção de hospitais. Afinal o fenómeno de sucesso do Brasil aparenta fragilidades gritantes e o país parece surgir como um gigante doente adormecido.
Este é um fenómeno que se sabe onde e quando começa mas não se sabe quando e como acaba. São muitos milhões de cidadãos insatisfeitos e que vivem um quadro social crítico. E depois do Mundial de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 o que virá? Em que estado ficará o país? Como responderá à quebra da euforia da construção?
As dezenas de manifestações em muitas cidades de todo o país apelam por uma nova forma de governação. Afinal, nem tudo vai bem no Brasil. Nem o futebol aparenta ser já rei nem o samba já basta para satisfazer o povo.
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