Regista-se porém positivamente o comportamento que as exportações foram mantendo ao longo de todo o ano de 2012 tendo crescido 5,8% ainda que tendo vindo a perder o fôlego no último trimestre do ano. Sabemos que deste crescimento, os mercados intra-comunitários foram responsáveis por apenas 1% deste crescimento. Se recordarmos que Espanha já foi responsável pela absorção de cerca de 30% das exportações nacionais as quais se situam agora na casa dos 22%, temos aqui parte da explicação, digo parte, porque a Alemanha, França, Reino Unido e Itália também não têm ajudado. A recessão dos países da zona euro e a fortaleza do Euro não são fatores igualmente favoráveis. Estas estarão ao nível dos valores registados em 2009.
Já para fora da Europa as exportações cresceram 19,8% com o especial destaque de Angola cujos ganhos ultrapassaram as perdas para Espanha. Estados Unidos e China deram também uma ajuda essencial para o quadro de exportações nacionais, com destaque para os EUA que superaram já os valores de exportação para Itália. Os países da CPLP registaram também um crescimento de 23% como destino das exportações nacionais face ao ano de 2011, destacando-se aqui o Brasil e Moçambique. Apesar destes registos o Primeiro-Ministro veio já afirmar que, mesmo com a performance das exportações a este nível, claramente positivo mas insuficiente, o governo terá que rever as suas previsões de crescimento.
Contrariando o cenário positivo do comportamento das exportações surge o problema do desemprego, cuja taxa atingiu os 16,9%, um recorde para o país, representando quase 930 mil desempregados. Trata-se do maior problema social e consequentemente económico do país, para o qual nem as empresas nem as autoridades têm conseguido agir para o contrariar. É aliás opinião de uma larga franja de empresários que este desemprego irá sofrer ainda um agravamento ao longo de 2013. A recessão económica e o fraco crescimento económico ainda previsto para 2014 levam a concluir que a taxa de desemprego não verá uma inversão do seu curso entes de 2015.
Resta igualmente esperar pelo que vai resultar da ideia da criação de uma zona transatlântica de comércio livre como forma de impulsionar o comércio entre os dos maiores blocos económicos, representado por um mercado de 800 milhões de consumidores, tão entusiasticamente divulgado pelos líderes dos dois lados do atlântico. Segundo estimativas da UE, uma zona de comércio livre com esta amplitude aumentaria o Produto Interno Bruto europeu em 0,5%, ou 65,7 Mil Milhões de euros por ano com ganhos comparáveis para os norte-americanos. Além disso, uma unificação transatlântica desta natureza com o reflexo nos padrões industriais e nos procedimentos de licenciamento resultariam numa vantagem em especial para a indústria europeia. Resta saber o que pode Portugal vir a aproveitar com a realidade desta zona de comércio livre.
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