Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

domingo, novembro 15, 2009

Robert Enke


Todo o texto seguinte é retirado do link

http://desporto.sapo.pt/futebol/internacional/liga_alema/artigo/2009/11/15/50_mil_no_adeus_a_enke.html

Cerca de 50 000 pessoas prestaram hoje a derradeira homenagem no estádio do Hannover 96 ao ex-guarda-redes do Benfica Robert Enke, que se suicidou na terça-feira, aos 32 anos, no auge da carreira, vítima de graves depressões.
Os vários oradores da cerimónia elogiaram o carácter e a simplicidade do futebolista internacional alemão e sublinharam que o desporto e o futebol profissional não são tudo na vida.

O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Theo Zwanyiger, apelou a um maior humanismo que vá para além do desporto.

“Não pensem só nas aparências, pensem também no que é intrínseco aos seres humanos, a dúvida e a fraqueza”, disse Zwanyiger, pedindo ainda a todos, profissionais do futebol, dirigentes e adeptos, para depois do luto por Robert Enke encararem a vida “com mais equilíbrio, mais desportivismo e mais respeito”.

O Benfica - clube que Enke representou de 1999 a 2002 e de que guardava as melhores recordações - esteve representado nas exéquias pelo guarda-redes Moreira, seu ex-companheiro de equipa, e pelo vice-presidente Rui Gomes da Silva.

O governador da Baixa-Saxónia, Christian Wullff, usou também da palavra, perante a urna de Enke deposta no centro do relvado do estádio do seu último clube, entre um mar de flores, para exigir que a sociedade repense a sua atitude face ao suicídio.

Aos pés da urna, havia um coração formado por flores brancas. No início da cerimónia, a viúva, Teresa Enke, acompanhada por uma amiga, foi junto da urna, e o estádio inteiro levantou-se e aplaudiu.

O “capitão” da selecção alemã, Michael Ballack, amigo de infância de Enke, depôs uma coroa de flores junto à urna e todos os membros da equipa nacional, presentes na cerimónia, persignaram-se em memória do falecido companheiro.

“No desporto de alta competição, e noutras profissões, as pessoas estão sujeitas a enorme pressão e quem não funciona é imediatamente considerado uma pessoa fracassada”, disse Wullf.

“Não precisamos de robots, precisamos de pessoas com defeitos e virtudes, com fraquezas, com todas as suas maravilhosas características individuais”, referiu ainda o político democrata-cristão, considerando Enke “uma pessoa extraordinária e um magnífico desportista”.

Fora do estádio, milhares de adeptos, a maioria vestidos de negro, quiseram também mostrar a sua dor pela morte de Enke, que foi depois sepultado no cemitério junto à sua casa, em Empede, a norte de Hannover, ao lado da campa da filha Lara, que morreu em 2006, com apenas dois anos, devido a uma malformação cardíaca.

2 comentários:

Otavio Rebelo disse...

Junto o meu lamento a tantos outros pelo suicídio de Robert Enke.
Entre muitas frases que se disse a propósito deste trágico acontecimento ouvi a seguinte:
“ Afinal os futebolistas também são seres humanos.”
Pois são, como o são os políticos, os actores de cinema e teatro, os jornalistas e como o somos todos nós.
Também Michael Jackson, falecido este ano, se queixava que a apesar de todo o dinheiro e toda a fama que obteve, apenas gostaria por vezes de passear na rua e falar com as pessoas que encontrasse na rua. Um simples gesto que nos é permitido a quase todos nós era quase impossível para ele.
E assim vão tombando os ídolos que a nossa sociedade constrói.
Para mim, cada ser humano é único e merecedor de todo o nosso respeito até ao dia em que ele maltratar outro ser humano ou ser vivo. Estaé uma nota à parte mas pouco se tem falado da mortandade no reino animal, provocada pela cega ambição dos seres “humanos”.
Em todos os casos, a vida deveria ser um bem a defender. Enke que tantas defesas fez ao longo da sua vida, não conseguiu defender a sua própria vida. R.I.P. ( Rest in Peace ) é quase tudo o que podemos dizer. A Viúva de Robert , Teresa Enke, mesmo num momento de grande dor disse logo para em vez de lhe enviarem milhares de flores, enviarem a quantia que iriam gastar nas flores para uma associação de ajuda a crianças carenciadas.

Otavio

Mário de Jesus disse...

Uma vitima da sociedade moderna, a qual nos pressiona contínua e ininterruptamente desde o berço até ao fim.

Que foi por nós criada, é por nós alimentada e que de nós se alimenta.

Nada nos é pedido para além do sucesso e da vitória, do melhor lugar e da conquista.

E quantos de nós não querendo nos vemos a lutar por isto?

Como mudar esta direcção?

Como?