Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

sábado, julho 04, 2009

A vida é um jogo



Um apontamento prévio, para nos situarmos no contexto e, para não expressar apenas a minha opinião e minimizar o efeito da subjectividade, recolhi as considerações abaixo na “Wikipedia”. Assim temos:

“Jogo é uma actividade estruturada ou semi-estruturada, normalmente praticada com fins recreativos e, em alguns casos, como instrumento educacional. É, geralmente, distinto do trabalho, que visa remuneração e da arte, que está geralmente associado à expressão de idéias. Esta separação não é sempre precisa, assim, há jogos praticados por remuneração e outros associados à expressão de idéias e emoções.”
“Ingénuo é alguém, por definição natural; simples,
inocente, onde não há artifício ou malícia.”
Quotidianamente vamos assistindo a diversos jogos, nomeadamente desportivos, de poder, de estratégia, politicos, de influência, de interesses, etc., o que nos leva a crer que , de facto, a vida não é mais do que um jogo.
Se atentarmos ao que nos rodeia, somos capazes de encontrar alguns exemplos que ilustram estas considerações e nos reduzem as nossas margens de incerteza.
Por exemplo, ao nível desportivo, temos um clube que, sistematicamente, nestes ultimos anos, não conseguindo afirmar-se desportivamente no local próprio, procura logo argumentos de secretaria para se manter no escalão que pretende, acusando os outros de irregularidades e de se aproveitarem da ingenuidade dos demais. Enfim, é um outro tipo de jogo, não se joga com bolas mas com influências. Serão jogos de interesses? Quem sabe?
Outro exemplo é o caso de um Banco, onde alguém com responsabilidades de gestão, que até já teve funções públicas, não sabia o que se passava, crédulo da honestidade dos outros, foi enganado! Ah! Mas antes tinha ido às instâncias de controlo pedir para ser controlado. Afinal sabia? Ou não sabia? Mais um ingénuo e só agora vai tomando conhecimento pela imprensa … alguém se andou a aproveitar da inocência dos outros … não há direito! Ou será mais um jogo de estratégia? Quem sabe?
Há também o caso de um centro comercial, na outra margem, em que todos desconheciam que havia facilidades concedidas com a ingenuidade e boa vontade própria dos inocentes. Ninguém sabia de nada, mas alguém sabia e aproveitou-se da pureza dos outros. Já não se pode ser sério e honesto! Ou será mais um jogo de poder? Quem sabe?
Então e na Educação? Será que o problema está na avaliação dos professores, na definição dos estatutos do aluno ou na carreira dos docentes? Ou será que alguém se está a aproveitar desta situação, baralhando os dados, para se autopromover socialmente? Ou será mais um jogo de interesses? Quiçá políticos? Quem sabe?
Pois é, somos um país de jogos e jogadores, e admiramo-nos de quê? Não dizem que a vida é um jogo? Todos nós , à nossa maneira, somos jogadores .
Mas parece que ninguém quer saber das situações a resolver, o que querem é resolver as suas situações! Afinal viver a vida resume-se a jogar o jogo!
Porém, há um aspecto comum a alguns destes jogadores, é o facto dos seus bolsos , sem qualquer intenção ou malícia, ficarem cheios, como?
Como diz o velho aforismo popular “Quem cabritos vende e cabras não tem … de algum lado lhe vem!” Pois é, parafraseando uma velha máxima, concluiria dizendo que viver não custa … o que custa é saber viver ... ou jogar! Para bom entendedor …

1 comentário:

Mário de Jesus disse...

Excelente texto e reflexões.

De facto a regra do jogo nesta sociedade é jogar segundo as regras definidas. E muitas vezes as regras são - sem regras.

Porque muitas vezes tudo vale e as regras, essas, são estabelecidas pelos jogadores e não pelos árbitros.

Os árbitros que deveríamos ser todos nós, cidadãos do país.

Onde é que já ouvi falar em movimentos de cidadania? E onde é que estes fazem falta?