Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Quero um café cheio

Estive recentemente na Índia onde não é fácil beber um café. A bebida tradicional lá ( também por influência dos Ingleses ) é o chá, sendo o Chá Indiano uma variedade a experimentar pela sua singularidade.

Quando vou a Espanha, aqui tão perto de nós, também sinto dificuldade em encontrar um bom café como o que tomamos em terras lusitanas, de norte a sul do país, não esquecendo as regiões insulares da Madeira e Açores.
No entanto, tenho deparado com um facto intrigante ou irritante que em breve vos descreverei.
O café é um hábito, um costume, um vício ou uma atitude social que enraizou profundamente nos hábitos de muitos portugueses: café curto, café normal, café cheio, descafeinado, café pingado, etc, muitas são variedades de café disponíveis no mercado.
Eu confesso-me fã do café cheio. O café curto sabe-me a pouco e o café cheio reconforta-me com sucessivos tragos, sendo os finais de verdadeira satisfação.
No entanto, qual não é o meu espanto, a minha incredulidade ao verificar que em 10 vezes que peço o café cheio, só uma ou duas vezes vejo o meu pedido satisfeito.
Grande parte das vezes servem-me um café normal e noutras então, servem-me um café curto, deixando-me totalmente sem palavras. A língua portuguesa não devia ser difícil de entender em Portugal, mas por vezes parece que o é.
Se eu peço um café cheio, por que carga de água me servem um café normal ou, pior ainda, um café curto. Será por pressa ? Por preguiça ? Por desleixo ? Por vontade de me irritar ? Não sei.
Mesmo não sabendo o motivo de tal teimosia, não posso deixar de lamentar que um simples pedido ( Quero um café cheio ) seja tão difícil de satisfazer. Eu não estou a pedir um Ferrari Amarelo ou Vermelho. Estou a pedir um simples café cheio em que basta o empregado ou a empregada de balcão esperar que a chávena fique cheia para entregar ao cliente o que ele pediu.
Mas não, os pedidos dos clientes não parecem ser tão importantes.
E aqui é altura de perguntar, como queremos nós produzir e distribuir pelo mundo a nossa produção, se não soubermos atender ao que os consumidores mundiais pretendem ? Se eles têm desejos ou necessidades, é ao encontro dessas necessidades que devemos ir.
Também os profissionais da nossa Indústria Hoteleira e de Restauração deveriam ter mais brio no seu trabalho diário.
O brio profissional também se mede pelo grau de satisfação dos clientes.
E qual é o grau de satisfação de um cliente que não consegue ver satisfeito o simples pedido de um café cheio ?

3 comentários:

Mário de Jesus disse...

Eu prefiro um café normal. Mas bem quente. Se estivermos os dois no café e efectuarmos ambos os nossos pedidos, o que acontecerá :)

Felizmente deparo-me com situações em que nem sempre isso acontece. Há quem me surva ainda um bom e excelente café. Tens que mudar de pastelaria.

Otavio Rebelo disse...

Já mudei, quase todos os dias vou a uma pastelaria diferente, e o cenário repete-se, daí a minha insatisfação, mas fico contente por ser um caso não comum.

Otavio

EfeitoCris disse...

olá Otávio.

Na minha opinião não mudes de pastelaria;) escolhe a melhor e continua a lá ir - da próxima vez frisa bem "Cheio, por favor!", se vier mediano, devolve com a observação "olhe quero outro - pedi cheio e isto não é um café cheio!"

Da próxima, eles vão saber o que tu queres e só terás que reclamar uma vez!

A importância de reclamar é mesmo essa - para que da próxima obtenhamos um serviço, conforme desejamos e conforme as entidades se prontificam a prestar!

No caso do café, somos privilegiados! Agora até existem uns pacotinhos de açúcar que explicam a diversidade de como tomar café;)))

É um constante gosto, ler os teus artigos!