Em todos os principios de ano começa na imprensa o habitual debate que junta a mesa economistas, opinion-makers e politólogos: Devemos ser optimistas ou pessimistas em 2009? qual o cenário previsto para a vida politica e económica portuguesa?
Como português sou acima de tudo um optimista realista. Contudo, já que nestes tempos dificeis apesar de que nunca devemos deixar de acreditar e de estar motivado para a "sobrevivência" que o cenário português não irá ser muito favorável nos próximos anos e talvez estejamos numa fase de renovação e de questionamento do nosso papel como País e aonde queremos estar?
Os tempos das " vacas gordas" terminaram e era nesses tempos que se podia ter arrumado a "casa portuguesa" nas suas diferentes divisões: Saúde, Educação, Sistema Fiscal, Competitividade Empresarial e Qualificação dos Recursos humanos com abertura para fazer face aos desafios da globalização das economias.
Recentemente estive com um amigo meu do tempo do liceu e que mudou de vida e que está a desenvolver a actividade de empresario no Brasil no sector imobiliário e comentou-me o seguinte: Eu parece que ainda estou em 1992 cada vez que venho a Portugal visitar a familia.
Nada muda........e acima de tudo a mentalidade da classe politica que está desacreditada perante o Povo..... os actores são sempre os mesmo na tenda do circo........... Estes factos são reais e talvez sirva para reflexão de todos nós e neste caso é o papel que o FRES tem desempenhado que sensibiliza nós portugueses como um todo: Politicos, empresarios, agentes sociais e cidadãos.
O que é que pretendemos do nosso portugal? Os cidadãos estão despolitizados, deixaram de acreditar nos partidos politicos, estes cada vez mais recrutam por baixo e as próprias elites não são elites mas gente de show off que vive a custa do Estado.
Nesse aspecto portugal nunca mudou. Quem gosta de história sabe que a nossa história foi sempre assim: muita dependencia do estado e muito sebastianismo.............adiar problemas e não sermos práticos na resolução destes.
Não existe uma estratégia nacional acima dos interesses das corporações e é nestas fases dificeis que as elites deviam ter consenso nacional nos grandes temas mas andam a discutir outras questões menores................ De facto vivemos num mundo irreal de País a beira mar plantado e costuma-se dizer em ciencia politica se só conheces a tua realidade nacional julgas que és o maior do mundo.
Mas não há melhores nem piores em termos de classificação de países, mas sim deviamos todos trabalhar para sermos diferentes e construir uma sociedade de bem estar mais igual e que proporcionasse acesso a mais direitos sociais aos cidadãos sem isso não há construção do conceito de cidadania.
2 comentários:
Caro Alfredo,
Importante e oportuna análise, esta que fazes no início de um novo ano.
É opinião unânime que 2009 vai ser um ano difícil com as diferentes economias a nível mundial a traçarem cenários de crise e desemprego. Poucas são as excepções. E Portugal está cada vez mais longe do Oásis em tempos proclamado.
Mais preocupante é a constatação que fazes de que
“ Os tempos das " vacas gordas" terminaram e era nesses tempos que se podia ter arrumado a "casa portuguesa" nas suas diferentes divisões: Saúde, Educação, Sistema Fiscal, Competitividade Empresarial e Qualificação dos Recursos humanos com abertura para fazer face aos desafios da globalização das economias. “
Coloca-se naturalmente a questão: Se não fomos capazes de arrumar a casa no tempo das “vacas gordas” como o poderemos fazer agora num cenário de crise ?
Sua Excelência o Presidente da República na mensagem de ano novo, indicou mais uma vez o caminho; deixar de uma vez por todas as querelas e as divisões e unir esforços pois, mesmo o esforço conjunto de todos, poderá não ser suficiente para vencer as dificuldades que enfrentamos.
Renovados votos de um bom ano a todos fresianos e visitantes do nosso Blog.
Otavio Rebelo
Estimados Alfredo e Otávio
Bem vista a teoria do "arrumar a casa enquanto podiamos". Hoje é certamente muito mais dificil e os orçamentos não o permitem.
Estou tendencialmente com a visão de que temos que ser todos muito mais criticos, ainda que sempre no sentido positivo. Exigir mais e melhores politicas e decisões.Melhores decisores e politicos também.
Portugal é Atlântico, Europeu, mas é também Lusófono. Creio que o nosso desígnio está nesta encruzilhada.Há que reflectir sobre isto e actuar com esta visão.
E hoje, mais do que sempre, o FRES e Grupos similares fazem uma falta tremenda. Hoje mais do que sempre é necessário que a sociedade civil seja um observatório continuo do país.
Porque quem não deve não teme e porque quem não ambiciona cargos politicos é verdadeiramente livre e independente.
Porque como disse o poeta "falta cumprir Portugal". Ainda e sempre...
Bom Ano Novo para todos
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