Enquanto estive de férias na India, a equipa de Futebol do Benfica, meu clube do coração, conseguiu chegar ao primeiro lugar do Campeonato Português, tendo sido eliminado pelo Leixões da Taça de Portugal. Início do ano e o Benfica na Liderança, já eliminado das Taças Uefa e de Portugal, fizeram-me pensar que este ano o Benfica tudo faria para manter o 1º lugar do Campeonato.
O primeiro jogo do ano, no Domingo dia 4, até era contra o último classificado do Campeonato, o Trofense. No entanto, na deslocação à Trofa, e apesar da forte motivação que um 1º lugar deveria dar, apresentou-se em campo uma sombra da equipa do Benfica. Jogadores completamente amorfos, sem qualquer ligação entre si e sem nenhuma capacidade atacante. Resultado ? O óbvio, derrota do Benfica e perda de liderança do Campeonato.
Com a moral completamente de rastos e com os adeptos a contestarem a atitude da equipa, eis que surge a meio da semana, um jogo a contar para outra competição, Taça da Liga, contra a equipa que o ano passado ficou à frente do Benfica, ocupando o segundo lugar do campeonato e indo à Liga dos Campeões da UEFA.
A deslocação foi então a Guimarães e apenas 3 dias depois, os jogadores mostraram uma atitude completamente diferente. Entraram no jogo muito concentrados, com uma forte atitude competitiva e atacante, começando por marcar logo um golo nos primeiros minutos. Durante todo o jogo mantiveram-se unidos e combativos, acabando por marcar mais um golo, vencendo os de Guimarães por 2-0. No final o contentamento era óbvio e ficou o recado para os adeptos; têm de acreditar na equipa pois eles tudo farão para ganhar.
Vem esta história desportiva a propósito do acreditar.
No início do ano, os adeptos acreditavam na equipa, no dia 4 deixaram de acreditar. 3 dias depois voltaram a acreditar, quem sabe até quando.
Julgo que reside aqui um dos principais problemas das equipas, empresas e instituições portuguesas. A falta de regularidade no acreditar. Todos nós em termos pessoais e profissionais temos as nossas crenças. Mas essas crenças devem ser constantes. Como constante deve ser a nossa luta na defesa dessas crenças. Se acreditamos à segunda nos nossos ideais, mas dias depois deixamos de acreditar ou de lutar, estamos a entrar em contradições, enfraquecendo bastante a nossa posição e, pior ainda, fazendo com que os nossos desejos se tornem mais difíceis de concretizar.
A definição clara de objectivos e a luta constante para os alcançar, fazem a diferença entre os vencedores e os perdedores.
Não basta termos desejos que 2009 corra melhor. É necessário que cada um dê o seu contributo, fazendo o que lhe compete e melhorando sempre que possível.
Querermos um Portugal melhor, mas depois deixarmo-nos vencer pelo frio ou pela preguiça, só nos vai fazer ficar mais longe dos nossos objectivos, fazendo com que os objectivos se transformem em sonhos permanentemente adiados.
Qualquer altura é boa para mudar de atitude. Se temos objectivos para 2009, convém lutarmos desde já, definindo bem esses objectivos e acreditando neles de segunda a domingo.
Só assim se concretizarão.
1 comentário:
Pegando na gíria futebolística, quem é a equipa que normalmente ganha? A que é mais regular em toda a prova.
Quem é o jogador mais premiado? Aquele que durante mais tempo se manteve firme em boa forma e alta performance.
É assim no futebol como em tudo na vida. A regularidade. E esta aplica-se à vida em geral. E quando se acredita sempre - chamamos fé.
Quando acreditamos de vez em quando - chamamos política.
Enviar um comentário