Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

sexta-feira, setembro 19, 2008

Crises e Investimentos

Crise financeira põe grandes obras do Governo em risco
No link

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=109826

pode-se ler que:

A crise financeira internacional está a afectar o plano de investimento em infra-estruturas do Governo. Os consórcios privados estão com dificuldade em conseguir dinheiro para projectos superiores a 20 mil milhões de euros e já avisaram que as propostas irão ficar mais caras.

Jorge Coelho, presidente-executivo do grupo Mota, diz ao SOL que é necessário «formatar os projectos às novas exigências» e apela a uma negociação com o Governo. A falta de dinheiro no mercado internacional pode atrasar a concretização do novo aeroporto de Alcochete, a rede ferroviária de alta velocidade e ainda as novas concessões rodoviárias.
Por António José Gouveia
Fim de citação
O acentuar da crise financeira internacional, marcada esta semana pela Falência do Banco Americano Lehman Brothers, com consequências financeiras à escala planetária, veio trazer de novo para primeiro plano, uma série de questões.
A principal de todas é a de que quando no global as coisas correm bem, muitos erros ( financeiros, de gestão, especulativos, etc ) são absorvidos pelo próprio sistema e não há perdedores nem responsabilidades a imputar.
Contudo, quando algo corre mal, ou bem mal como no presente caso, temos muitos perdedores, grandes perdedores e muitas responsabilidades a imputar aos diversos intervenientes do sistema financeiro.
Fica também o aviso à navegação, ou seja a todos os utilizadores do sistema financeiro e sobretudo aos que buscam nele os recursos para os seus consumos ou investimentos: o sistema financeiro tem riscos, o financiamento tem riscos, os valores disponíveis para financiamento estão cada vez mais restritos e o seu custo cada vez mais elevado.
Nunca como agora, se tornou tão importante equacionar os investimentos presentes e futuros.
Há que ter muita cautela com a utilização da chamada “fuga para a frente”. Se antes da crise financeira internacional, já se exigia muita ponderação, agora então, atingimos um grau de risco tão elevado, que qualquer grande erro pode ser a “morte” não do artista mas de uma população inteira.

3 comentários:

Mário de Jesus disse...

Trabalhar na Banca ao nível das actividades de investimento (em capital e produtos financeiros) e no mercado de crédito, implica:

Sensatez
Bom senso
Serenidade
Boa preparação técnica
Racionalidade
Experiência

O que é incompatível com:

Aventureirismo
insensatez
irracionalidade
ignorância aos factores de risco
protagonismo
prepotência

Posto isto temos a crise que temos em muito devida aos golpes geniais daqueles geniozinhos que, principescamente pagos, ousam brincar com o dinheiro dos outros (contribuintes, accionistas e clientes depositantes).

Anónimo disse...

Ex.mo Sr. Dr.,

Desculpe o reparo, mas
... os accionistas também partilham responsabilidades! Não sacudam agora, aquilo que elogiaram qd receberam os dividendos passados.

Os clientes e contribuintes, não accionistas, nem incumpridores é que não tem responsabilidades imputáveis.

MC

Mário de Jesus disse...

Estimado comentador: Bem dito

Aceito o reparo e corrijo. Claro que os accionistas têm nisto muitas responsabilidades. Viveram antes o pecado da gula.