Bom dia, boa tarde ou boa noite a todos.
Ao lerem estas palavras já estarão “fartos” de ouvir desejar um Bom Ano de 2008.
O desenvolvimento tecnológico que atingimos já nos permite controlar muita coisa.
Um simples click numa tecla de um telemóvel, computador ou de um dos muitos telecomandos que possuímos, proporcionam rapidamente a concretização de muitos desejos.
Contudo, (in) felizmente, ainda há muitos acontecimentos que não estão ao nosso alcance.
Não somos nós que determinamos quando anoitece ou quando nasce o Sol.
Não somos nós que controlamos a chuva, a seca, o frio ou o calor. Não somos nós que controlamos o tempo atmosférico nem o tempo cronológico que mede, pacientemente, a nossa passagem por este lindo planeta azul.
Quem não tem o desejo de ser jovem ou saudável eternamente?
Quer os que acreditam na vida eterna, quer os cépticos em relação a qualquer forma de vida para além da nossa existência como comuns mortais, co-habitam hoje e agora, um espaço maravilhoso mas, limitado.
Só partindo da compreensão dos limites espaço-temporais que balizam as nossas vidas, poderemos verdadeiramente encontrar novas e melhores formas de interacção com os que nos rodeiam nos nossos lares, nos nossos locais de trabalho ou nos espaços comuns que a vida em sociedade nos proporciona.
É verdade que os limites cada vez são mais apertados.
Se conduzimos não podemos ultrapassar os limites “x” ou “y” consoante as estradas em que estivermos.
Se estivermos rodeados de pessoas que estão sossegadas ou a descansar, não podemos ultrapassar limites sonoros ao ponto de as prejudicar.
E agora, mais recentemente, se estivermos em locais fechados ou pouco ventilados, não podemos fumar.
Todas estas limitações parecem anular aquilo que o ser humano mais preza, a sua liberdade.
Não pretende esta pequena reflexão comentar quais os limites da nossa liberdade.
O facto incontornável é que a limitação da liberdade existe, em maior ou menor grau, consoante a hora e o local onde estivermos e também, de acordo com as pessoas que nos rodeiam.
Assisto com alguma preocupação à forma como nós estamos a reagir a todas estas alterações que nos são impostas.
Alinhando com aqueles que defendem a vida em sociedade, não me agrada que todas estas medidas tornem cada um de nós num cidadão isolado no “seu mundo”, com maior ou menor segurança financeira e rodeado de maior ou menor conforto material mas sempre, isolado.
O isolamento e a solidão têm efeitos muito nefastos. Num contexto de aparente bem estar, proporcionado pelo conforto e segurança material, ocorrem episódios (mais ou menos intensos) de distanciamento de quem nos rodeia.
O distanciamento, contrariamente ao que muitos pensam, tem dois sentidos: distanciamo-nos de quem nos rodeia, alheando (confortavelmente) dos seus problemas e, criamos barreiras a que os outros se apercebam dos nossos problemas.
A realidade obriga-nos a perceber que vivemos num mundo cada vez mais competitivo em que se luta, na maior parte dos casos, ainda com regras de respeito pelos outros.
É neste contexto que devemos fomentar a integração. Se não conseguirmos uma integração imediata e universal, podemos sempre começar pela integração de quem nos rodeia.
Pessoalmente, gosto de vencer desafios, mas não gosto de vencer desafios onde as armas estão todas do meu lado. É desta integração que precisamos para verdadeiramente vivermos num mundo melhor. Ao ajudarmos alguém a crescer, não o podemos fazer “aterrorizados” com a ideia de que esse alguém nos vai anular.
Todos nós neste projecto do FRES ou em qualquer projecto em que estejamos envolvidos, podemos sempre fazer mais e melhor. O contributo de cada um, por mais simples que seja, é um passo no sentido da integração. Esses passos devem ser dados sem receios.
Parece um pouco “mais do mesmo” mas, aproveitando o facto de estarmos em período de mais umas eleições presidenciais na América, repesco e adapto a mítica frase de Kennedy, dizendo, não questionem o que o mundo que nos rodeia pode fazer por nós, mas o que nós podemos fazer por este (único?) mundo.
Otávio Rebelo
Ao lerem estas palavras já estarão “fartos” de ouvir desejar um Bom Ano de 2008.
O desenvolvimento tecnológico que atingimos já nos permite controlar muita coisa.
Um simples click numa tecla de um telemóvel, computador ou de um dos muitos telecomandos que possuímos, proporcionam rapidamente a concretização de muitos desejos.
Contudo, (in) felizmente, ainda há muitos acontecimentos que não estão ao nosso alcance.
Não somos nós que determinamos quando anoitece ou quando nasce o Sol.
Não somos nós que controlamos a chuva, a seca, o frio ou o calor. Não somos nós que controlamos o tempo atmosférico nem o tempo cronológico que mede, pacientemente, a nossa passagem por este lindo planeta azul.
Quem não tem o desejo de ser jovem ou saudável eternamente?
Quer os que acreditam na vida eterna, quer os cépticos em relação a qualquer forma de vida para além da nossa existência como comuns mortais, co-habitam hoje e agora, um espaço maravilhoso mas, limitado.
Só partindo da compreensão dos limites espaço-temporais que balizam as nossas vidas, poderemos verdadeiramente encontrar novas e melhores formas de interacção com os que nos rodeiam nos nossos lares, nos nossos locais de trabalho ou nos espaços comuns que a vida em sociedade nos proporciona.
É verdade que os limites cada vez são mais apertados.
Se conduzimos não podemos ultrapassar os limites “x” ou “y” consoante as estradas em que estivermos.
Se estivermos rodeados de pessoas que estão sossegadas ou a descansar, não podemos ultrapassar limites sonoros ao ponto de as prejudicar.
E agora, mais recentemente, se estivermos em locais fechados ou pouco ventilados, não podemos fumar.
Todas estas limitações parecem anular aquilo que o ser humano mais preza, a sua liberdade.
Não pretende esta pequena reflexão comentar quais os limites da nossa liberdade.
O facto incontornável é que a limitação da liberdade existe, em maior ou menor grau, consoante a hora e o local onde estivermos e também, de acordo com as pessoas que nos rodeiam.
Assisto com alguma preocupação à forma como nós estamos a reagir a todas estas alterações que nos são impostas.
Alinhando com aqueles que defendem a vida em sociedade, não me agrada que todas estas medidas tornem cada um de nós num cidadão isolado no “seu mundo”, com maior ou menor segurança financeira e rodeado de maior ou menor conforto material mas sempre, isolado.
O isolamento e a solidão têm efeitos muito nefastos. Num contexto de aparente bem estar, proporcionado pelo conforto e segurança material, ocorrem episódios (mais ou menos intensos) de distanciamento de quem nos rodeia.
O distanciamento, contrariamente ao que muitos pensam, tem dois sentidos: distanciamo-nos de quem nos rodeia, alheando (confortavelmente) dos seus problemas e, criamos barreiras a que os outros se apercebam dos nossos problemas.
A realidade obriga-nos a perceber que vivemos num mundo cada vez mais competitivo em que se luta, na maior parte dos casos, ainda com regras de respeito pelos outros.
É neste contexto que devemos fomentar a integração. Se não conseguirmos uma integração imediata e universal, podemos sempre começar pela integração de quem nos rodeia.
Pessoalmente, gosto de vencer desafios, mas não gosto de vencer desafios onde as armas estão todas do meu lado. É desta integração que precisamos para verdadeiramente vivermos num mundo melhor. Ao ajudarmos alguém a crescer, não o podemos fazer “aterrorizados” com a ideia de que esse alguém nos vai anular.
Todos nós neste projecto do FRES ou em qualquer projecto em que estejamos envolvidos, podemos sempre fazer mais e melhor. O contributo de cada um, por mais simples que seja, é um passo no sentido da integração. Esses passos devem ser dados sem receios.
Parece um pouco “mais do mesmo” mas, aproveitando o facto de estarmos em período de mais umas eleições presidenciais na América, repesco e adapto a mítica frase de Kennedy, dizendo, não questionem o que o mundo que nos rodeia pode fazer por nós, mas o que nós podemos fazer por este (único?) mundo.
Otávio Rebelo
1 comentário:
A propósito li uma passagem de uma artigo no Jornal de Negócios de hoje que afirmava que nós, portugueses, estamos mais individualistas, talvez mais egoítas, mais cosmopolitas (urbanos, citadinos, modernos) logo mais isolados. Porquê? Somos mais dados à competitividade. Isto é de facto o sinal dos tempos. Onde ou para onde caminhará a integração? Temos que estar atentos pois a sociedade(mais frágil agora?)talvez necessite como nunca dessa integração. Ou talvez o sinal dos tempos e a vivência de hoje nos robusteça. Quem sabe? por mim acredito numa sociedade moderna e desenvolvida cada vez mais solidária. Mss os movimentos e iniciativas actuais são ainda uma gota no oceano.
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