Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

sábado, maio 05, 2007

Politica externa portuguesa e opção euro- atlântica

A politica externa de um Estado no sistema internacional de relações internacionais é baseada nos seguintes pressupostos:

- Definição de prioridades de politica externa

- Definição de uma estratégia nacional

- Objectivos nacionais permanentes

Portugal como pequeno Estado integrado na União Europeia tem que ter em conta os pressupostos acima mencionados quando formula uma politica externa em relação a áreas geográficas do globo onde pretende ter uma afirmação cultural,politica e económica.

A politica externa de Portugal implica continuidade e não ruptura com uma visão euro-atlântica em que Portugal seja a porta da UE para o atlântico norte (EUA), atlântico sul (Brasil) e África de Expressão Portuguesa.

Portugal ao longo da história só se afirmou na cena internacional como potência europeia quando diversificou as relações internacionais e quando rompeu com o euro-centrismo,isto é, quando construiu uma ponte entre a Europa e o Mundo.

A nossa diplomacia económica e politica deve estar antenta a estas opções independemente de valores e juizos morais, paixões pessoais ou juizos de valores.

A politica externa de um pais não pode basear-se nos caprichos , emoções, gostos ou preferências de um homem ou grupo de homens (Embaixador Franco Nogueira - in Diálogos interditos 1979).
Não pode nem deve ser partidária, sendo grave transformar em politica externa a politica de partidos ainda que todos se arroguem de defesa do interesse nacional.

A politica externa de um país corresponde aos interesses permanentes de uma nação e não pode ser alterada porque no governo de um país se sucede um partido a outro. "Nos Países onde haja civismo e espirito público, as grandes decisões de politica externa são apartidárias, ou multipartidárias. " My country right or wrong " afirmava Churchill quando decidia sobre questões de politica externa.

Deixo para reflexão ainda este texto muito interessante do Embaixador Franco Nogueira que foi um dos melhores diplomatas portugueses do século XX e cujo pensamento diplomático ainda é uma referência nas escolas de estudos diplomáticos.

"Uma nação é uma realidade. Uma realidade, antes de tudo, para os seus nacionais. Estes têm - ou devem ter uma visão, uma ideia, um conceito do seu país: têm ou devem ter - uma imagem do seu passado. um quadro do seu presente, uma perspectiva do seu futuro; e de tudo decorre - ou deve recorrer - uma consciência das suas raízes, dos seus interesses, dos seus meios e dos seus objectivos Politica externa é fazer projectar, para lá da fronteira, aquelas sensações e certezas. Politica externa é uma luta constante em que nunca se chega ao fim".

1 comentário:

Mário de Jesus disse...

Estimado Alfredo

Excelente artigo. Estou em absoluto acordo quanto à vocação atlântica de Portugal. Mascemos junto ao mar, crescemos pelo mar. Sou igualmente defensor da trilogia de Portugal como o centro de um triângulo onde os vértices se encontram no Brasil, Europa e Palops. Os EUA podem ser um traço para fora deste triângulo. E acima de tudo Portugal right or wrong.