Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quarta-feira, maio 24, 2006



Ontem começámos mal a nossa campanha dos sub 21, e a reacção? Ainda o jogo não tinha acabado e já se ouviam assobios e apupos por parte do público em vez de manifestações de incentivo e apoio numa altura em que a equipa mais precisava, mas, infelizmente, esta é uma reacção típica do nosso povo.
A OCDE reviu ontem em baixa o crescimento económico para Portugal, e o que fazemos nós? Começamos a discutir se o valor correcto é 0,7 ou 1,1 %. O valor em si é irrelevante, facto é que continuamos a divergir da média da OCDE aumentando a clivagem e o diferencial que nos separam dos países de melhor performance.
Existem várias razões para a perca de performance da nossa economia, uma, é a nossa falta de capacidade de corrermos riscos e tomar a iniciativa.
Ter medo de correr riscos é um sentimento perfeitamente natural. Mas, a verdade é que não existe maior risco para a economia de um país do que a inércia dos seus gestores. Deixar o tempo passar e ficar à espera do momento “certo” para começar a actuar é veneno para o futuro estratégico de uma organização, e por consequência, o maior risco que se pode correr.
Por vezes tomamos a ausência de risco como um ideal, de acordo com o qual o risco é inerentemente perigoso e, o perigo, diz-nos o nosso bom senso deve ser evitado.
Neste caso, todavia, a questão fundamental não é a de eliminar o risco mas sim gerir da melhor forma o risco “ calculado” de uma forma inteligente, inovadora e criativa.
Como empreendedor, o pressuposto fundamental é desenvolver uma pré-disposição para correr riscos. Todavia, arriscar é enfrentar desafios conscientemente porque disso depende o seu sucesso.
È importante aprender a conviver e sobreviver com uma certa “instabilidade” emocional. Os riscos fazem parte de qualquer actividade, é necessário aprender a lidar com o fracasso e não a encará-lo como uma derrota mas sim como uma oportunidade de aprendizagem. Trata-se de aprender com os nossos erros.
Os gestores/colaboradores das nossas empresas deveriam aprender a preocupar-se menos com a Sua imagem e mais com aquilo que pretendem vir a atingir ou seja com a Sua visão do negócio. Para ter A coragem de correr riscos é necessário praticar o acto de correr esses riscos, e arriscar naquilo e nas acções em que acreditamos, e perguntar a nós próprios de uma forma sincera aquilo que no fundo receamos perder.
“Agir em vez de reagir”
Para mudarmos algo temos de acreditar em nós próprios, desenvolver as nossas capacidades, tomarmos a iniciativa. Se queremos mudar o nosso país começemos por mudar a nossa atitude e isso aplica-se ao nosso trabalho diário, ao futebol a outras manifestações desportivas e sociais e, também……… ao FRES.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Henrique

O risco é efectivamente uma variável em crescimento em qualquer negócio. A velocidade da mudança é demasiado acelerada para que assim não o seja. Por isso, gostei e estou em perfeita sintonia com a tua excelente exposição.

Nos negócios, não aceitar correr riscos é hoje a garantia de que se está a correr o maior de todos os riscos.

Melhores Cumprimentos
Nuno Maia