1.
Decorre simultaneamente em 138 países entre os dias 18 e 24 de novembro, e mais
uma vez este ano, a Semana Global do
Empreendedorismo. Quero por isso, e uma vez mais, associar o FRES a este evento,
como aliás o temos feito em anos precedentes.
2.O
empreendedorismo desempenha, cada vez mais, um papel determinante na criação de
uma sociedade e de uma economia modernas que se querem, e desejam,
competitivas. Empreender é sonhar, pensar, refletir, decidir, planear e agir.
3.
Li há tempos um escrito de um empresário nacional, pessoa sénior e
experimentada no mundo empresarial, afirmar que é hoje moda chamar aos
desempregados empreendedores. Percebo o sentido das suas palavras e consigo
atingir o objetivo da sua intenção, expresso na palavra escrita. Vejo
nesta afirmação a observação descrente de que o empreendedorismo é uma forma
camuflada de encobrir o desemprego e a desocupação que grassa na sociedade
portuguesa (e europeia) e um eufemismo para distinguir o que, para mim, é o
flagelo social da sociedade moderna.
4.
Nem Portugal está a conseguir combater de forma eficaz este flagelo, sendo
opinião de muitos economistas que o desemprego estrutural - aquele que, faça-se
o que se fizer, invista-se o que se investir, os agentes económicos e a
economia não conseguem combater e debelar-, estará na casa dos 12%; número
assustador; nem a Europa revela condições e capacidade para o atenuar de forma
significativa.
5.
Vejo no empreendedorismo um ato de coragem, de resiliência e de não resignação
à situação vigente e ao estado de crise económica, financeira e social em que o
país vive. Se por um lado o empreendedor pode ser aquele que sonha, deseja,
arrisca e cria, com coragem e abnegação, um projeto, desenvolve uma ideia e
faz nascer um negócio, empreendedor é também aquele que, consciente da sua
situação pessoal de desocupado ou desempregado, faz da necessidade (e da
fraqueza) uma força e decide re(a)gir e
parte para a ação com coragem e determinação.
6.
Hoje assistimos a uma nova vaga de empreendedores, muitas das vezes ligados a
projetos em áreas tecnológicas, inovadoras, que revisitam o conhecimento e as
novas tecnologias de comunicação, que criam novos conceitos de negócio e
desenvolvem ideias que vão dar origem a produtos transaccionáveis e procurados, interna mas principalmente externamente. Aliados a estes, temos também
outro tipo de empreendedores, que investem em atividades ditas mais
tradicionais mas com pleno domínio de novos conhecimentos, técnicas e
instrumentos, dotados de uma nova visão do mundo e dos negócios, em setores
como a alimentação, a agricultura, o serviço doméstico, o comércio, a assistência
social ou empresarial.
7.
São quase sempre jovens ou, menos jovens mas aliados aos mais jovens.
Constituem, muitas das vezes, uma miscigenação sócio-demográfica muito
interessante, pois aliam a maturidade e a experiência de vida dos mais maduros
à dinâmica, imaginação, ousadia, energia ou motivação dos mais novos.
8.
E Portugal tem assistido nos últimos anos a uma nova leva de criativos e
criações de relevo em áreas tecnológicas ou que associam a tecnologia, as novas
técnicas e conhecimentos, às áreas mais tradicionais, puxando assim por estas.
Somos, e sempre fomos, um país de criadores e inventores, infelizmente à boa
maneira tradicional, extirpando daqui poucas ou nenhumas consequências em
beneficio dos próprios, da economia ou da sociedade. O ADN criativo está cá
embora nem sempre (ou quase nunca) o saibamos utilizar segundo as práticas e os
ditames que as regras internacionais nos impõem para que consigamos singrar
neste mundo da invenção e criação e que a concorrência internacional exige, tal
como o comprova o reduzido número de patentes nacionais.
9.
Apesar disto, temos vindo a assistir ao surgimento de um número cada vez maior
de novas empresas, inovadoras e criativas, em setores mais ou menos
tradicionais, compostas e geridas por uma nova geração e um novo tipo de
empresários, muitos deles jovens, mas que concorrem ao nível do que de melhor
se faz no resto do mundo. A sua preparação académica em muito tem ajudado à
mudança deste paradigma económico e a globalização e a mundialização dos
mercados obriga-nos e coloca-nos no tabuleiro onde se joga o xadrez mundial. E
não nos esqueçamos de que empreender e criar empresas e negócios dá emprego às
pessoas e cria riqueza.
10. Esta semana do empreendedorismo está subordinada ao tema da agricultura e do mar. Que tema seria mais importante e oportuno para o país? É chegado o momento de aproveitar esta montra do empreendedorismo mundial e levar a jogo novas ideias e novos projetos, na senda do que tem sido apanágio nacional. Nós apoiamos, o FRES apoia estas iniciativas: Que sejam bem-vindos e bem sucedidos!
10. Esta semana do empreendedorismo está subordinada ao tema da agricultura e do mar. Que tema seria mais importante e oportuno para o país? É chegado o momento de aproveitar esta montra do empreendedorismo mundial e levar a jogo novas ideias e novos projetos, na senda do que tem sido apanágio nacional. Nós apoiamos, o FRES apoia estas iniciativas: Que sejam bem-vindos e bem sucedidos!
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