Nestas férias viajei como de costume até ao Algarve. Atento o preço dos combustíveis e o preço das portagens, que tornam os custos de uma viagem de automóvel de menos de 300 Km equivalentes a muitas viagens de avião, decidi fazer uns ajustes ao percurso habitual. Costumava ir sempre pela autoestrada (A1 e A22), desta vez optei por fazer um percurso misto. Há partes da A1 a que só dificilmente se pode escapar e optar pela EN 125 em alternativa à A22 (via do Infante) não é exequível. Na maior parte do percurso, porém, o IC1 é uma alternativa satisfatória.
Ao fazer este percurso misto constato que na A1, cuja concessionária é a Brisa, não existe – que me apercebesse – uma única placa de identificação a indicar-nos o o IC1 como alternativa para o Algarve. Ao passo que no IC1 existem várias placas indicando-nos a A1. Obviamente que há o conhecimento empírico dos automobilistas nacionais, os aparelhos de GPS, etc., mas isso não dispensa, complementarmente, a existência de sinalética na via. Claro que à Brisa, concessionária da A1, identificar na estrada que gere o IC1 seria um tiro no pé, pelo que caberia ao Estado, que aliás é o dono da estrada, obrigar a concessionária a assinalar a alternativa. No que respeita à «concorrência» o que o Estado nós dá são apenas placards com as alternativas de postos de combustível que ou não têm diferença de preços entre si ou têm diferenças de 0,01€. Aliás, se dúvidas houvesse quanto à inexistência de uma verdadeira concorrência no sector dos combustíveis, os placards das autoestradas são prova material de que ela não existe.
Até por pequenos pormenores, como a sinalética, fico sempre com a sensação de que o Estado não sabe negociar, nem exigir no que é seu, e em relação aos preços dos combustíveis, que também não sabe regular.
Acresce ainda que não tinha via Verde e fui forçado pelas circunstâncias a aderir a esse sistema este Verão para circular nas ex-SCUT, em concreto na A22, ou sujeitar-me-ia a um calvário logístico e administrativo para efetuar o pagamento. Em nome dos lucros, quer as ex-SCUT, quer as outras estradas concessionadas, são estradas humanamente desertas. É preferível coagir os nacionais a aderir à via Verde ou ao Dispositivo Eletrónico de Matrícula e sujeitar os estrangeiros a indignas filas num país que se diz turístico, do que dotar as estradas com cabines e portageiros. Não nos admiremos depois de os níveis de desemprego estarem como estão, sobrecarregando o Estado...
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