Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

terça-feira, setembro 14, 2010

Pré-Conceito


José Sócrates e Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, celebraram o arranque do ano lectivo no ensino politécnico, numa cerimónia que decorreu no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

“Venho aqui para contribuir que não haja o preconceito que sempre houve na sociedade portuguesa de que ensino politécnico é igual a ensino de segunda categoria”, afirmou o primeiro-ministro.
Mas a sociedade portuguesa é preconceituosa ?
Bom, enquanto não se esclarece essa dúvida, chamo novamente a atenção para a necessidade de que a sociedade entenda melhor o que vai na cabeça dos seus governantes.
“Ensino superior e sucesso económico” é uma fórmula exacta para José Sócrates.
Muitos duvidam que assim seja e apontam o elevado numero de licenciados desempregados ou que exercem profissões que nada têm a ver com a formação para qual tanto eles, como os seus pais, como o próprio país investiram.
Henrique Garcia em entrevista a Mariano Gago tentava perceber um objectivo de Bruxelas que dizia qualquer coisa como termos de ter daqui a 10 anos, 40% dos jovens com idades compreendidas entre os 30 e os 34 anos com grau licenciatura.
Foi giro ver o entrevistador perguntar se se deveria estudar nem que fosse até aos 34 anos para se ter a Licenciatura. E entretanto quem trabalharia no país. È que pode não parecer mas o país precisa de população trabalhadora activa.
Felizmente Mariano Gago resistiu a estas derivações e conseguiu explicar o que o objectivo acima descrito queria dizer.
De igual modo era importante perceber porque pode ser importante a existência de uma percentagem grande de licenciados nas futuras populações activas.
À crítica de que os actuais e futuros licenciados têm cada vez menos qualidades, contrapõe-se a realidade de muitas das economias mais competitivas, estarem a sê-lo por terem apostados na elevada qualificação dos seus recursos humanos.
As discussões em volta deste tema terão sempre uma importância prática enorme.

2 comentários:

Mário de Jesus disse...

Basta ler o nosso paper sobre a educação, o qual estamos a discutir e será o documento base do nosso futuro Workshop, para perceber que a educação (leia-se grau de escolaridade e formação) tem um contributo directo na produtividade e crescimento.

Por outras palavras, há estudos que comprovam que um determinado crescimento no nº de anos de escolaridade (licenciaturas também)induz a um determinado crescimento da economia, por diversas vias.

Leiam o paper.

José Ferreira Alves disse...

Pois é Otávio, o país precisa de gente para trabalhar. Hoje em dia a Licenciatura consegue-se em 3 anos e por conseguinte se se entender que 40% da população deve ser licenciada e se isso significar estar preparada para o "saber fazer" nas actividades em que o país carece, então tudo bem. O que me parece é que os portugueses ainda não se libertaram do conceito de licenciatura ser igual a "Dr." isso é passado, lá voltamos ao Marquês de Pombal com a questão dos bacharéis passarem a ser "Drs." Licenciatura hoje em dia tem de ser igual a estar formado/preparado para trabalhar numa actividade e não pode ser um título para ganhar estatuto social.