Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

domingo, setembro 20, 2009

Pleno Emprego = Plena Utopia


Longe vão os tempos de escola onde estudávamos modelos económicos e se ouvia ( na teoria ) a palavra pleno emprego. Uma economia com pleno emprego era o que todos pretendiam.


Os tempos passam e à medida que novas palavras e expressões surgem, outras caem em desuso. Confesso que nunca mais ouvi a expressão Pleno Emprego.

E avaliando os sucessivos dados que vão surgindo sobre o Emprego/ Desemprego, tão cedo não irei ouvir nada próximo dessa expressão.

O que ouço e leio é:
Desemprego - número de inscritos ultrapassou barreira dos 500 mil em Agosto

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego subiu 28,7
por cento em Agosto em relação ao mesmo mês do ano passado, e aumentou
1 por cento face a Julho, segundo os dados divulgados sexta-feira pelo
Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
http://sic.sapo.pt/online/noticias/dinheiro/Desemprego+numero+de+inscritos+ultrapassou+barreira+dos+500+mil+em+Agosto.htm

Há quem indique ( ver comentário no link acima indicado ) que o número real de desempregados é ainda maior, indicando que se somasse aos 500.000 os 80.000 que estão a frequentar cursos de formação e os 130.000 que já não têm direito a subsidio de desemprego, teríamos não 500.000 Desempregados mas um numero ainda mais pesado de 710.000 Desempregados.

Por mim, quer sejam 710.000 ou 500.000 ou 400.000 ou 300.000 ou mesmo 100.000 Desempregados, qualquer destes números impressiona-me bastante.

Por mais voltas que demos existem 2 Sectores que deveriam estar no topo das nossas preocupações: Saúde e Emprego.

Individualmente podemos estar confortáveis por termos acesso a ambos mas colectivamente, vendo para além do nosso umbigo e considerando a importância de termos uma sociedade justa e equilibrada, facilmente percebemos que outros sectores importantes como a Segurança Interna a Educação, etc, dependem também destes vectores.

Não adianta pois apontar baterias em todas direcções. Não temos recursos humanos e materiais para isso.

Mas esta semana também ouvi afirmarem que apesar do crescimento económico que se prevê para 2010, o desemprego não vai baixar.

Isso deixou-me intrigado mas, fazendo uma pesquisa e leitura um pouco mais profunda encontrei as palavras do Ex-Director do Diário Económico que ajudam a perceber esta questão.

Martim Avillez Figueiredo, afirma que é importante lembrar às pessoas que só a partir de um crescimento de 2% é que se começam a gerar novos empregos e que o crescimento de 0,3% da economia portuguesa divulgado no mês passado é pouco significativo.

2 comentários:

Mário de Jesus disse...

Atenção que o Martim Avillez Figueiredo já não é há algum tempo director do Diário Económico.

Tirando isso diria que o desemprego é a peste do século XXI e o mal do mundo desenvolvido (em especial do ocidental). Muito começa no desemprego e tudo acaba no desemprego.

É o fomento das crises sociais sendo em simultâneo a causa e o efeito dessas mesmas crises sociais.

Afecta a segurança, a economia, o equilibrio social das famílias, os valores e as perspectivas da vida de todos, i.e. determina a felicidade.

Otavio Rebelo disse...

Olá Mário,

Obrigado pelo reparo. Na altura em que proferiu essas palavras Martim Avillez Figueiredo ainda era o Director do Diário Económico cargo que agora é ocupado por António Costa. Aos visados as minhas desculpas pois não referi a data em que o comentário foi proferido.

Talvez não fosse mau percebermos todos que o aumento do desemprego a nivel mundial ( logo no nosso país também ) tem também como causas o aumento da população mundial e o crescimento económico de gigantes como a India e a China cujas populações durante décadas, séculos e até milénios, viviam nos campos dedicando-se à Agricultura e agora migraram em massa para os centros urbanos, ocupando hoje lugares na industria, comercio e serviços que durante muito tempo foram ocupados por outras pessoas de outros países.