Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

quinta-feira, setembro 11, 2008

Euriboom

Passo a passo, a Euribor a seis meses, principal indexante dos contratos de crédito à habitação no nosso País, vai registando sucessivos máximos.
Há oito anos que não se registavam níveis tão altos.
A taxa comercial voltou a aumentar esta quinta-feira, dos 5,175 para os 5,179%.
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São sobretudo más notícias para quem tem créditos contraídos junto da banca, já que a tendência de alta se tem mostrado bastante consistente nos últimos meses.
Inflação é considerada o maior inimigo.
Actualmente a taxa de inflação da Zona Euro está muito acima dos 2% e as previsões apontam para que a mesma continue em níveis elevados.
2009 também não será um ano fácil, mantendo-se a expectativa em saber se a pressão inflacionista será ou não suficiente para ofuscar o abrandamento económico e fazer com que o BCE mantenha o preço do dinheiro em níveis tão altos.
No final de múltiplas análises e contra-análises sobre as evoluções da Euribor , da Inflação e do Crescimento Económico, fica a certeza de que o comum dos cidadãos foi apanhado completamente desprevenido, estando a enfrentar dificuldades inesperadas e, pior ainda, está sem mais margem financeira para fazer face ao boom que a Euribor continua a sofrer.
Quando se fala na aposta na educação, pouco se fala na aposta na educação económica.
Quem tiver o privilégio de herdar património de familiares e muito bons hábitos orçamentais, pode respirar um pouco mais tranquilo.
Todos os outros, inclusive aqueles que sempre tiveram alguns cuidados em termos orçamentais mas cometeram a maldade de sonhar que poderiam viver com um pouco mais de conforto, têm na Euriboom uma resposta violenta aos seus desejos.
Para nós que estamos aqui num cantinho da Europa, não seria mau se ouvíssemos falar mais vezes no Banco Central Europeu ( BCE ). Mais vezes sem ser apenas para ler que o BCE voltou a subir a taxa de referência dos juros na zona euro.

1 comentário:

Mário de Jesus disse...

Com a Alemanha (locomotiva da Europa) a decrescer 0,3 no último trimestre, a França a decrescer 0,1no mesmo trimestre e a Espanha a crescer 0,5 ou coisa que a valha, como é que se pode crescer e esperar melhorias nas economias na zona euro?

Desta vez é que a Europa está num verdadeiro pântano do qual tem dificuldade em sair.A inflação não será talvez o maior problema. E o desemprego? É que a inflação em muito depende do comportamento dos preços do petróleo. É a força da OPEP.

Quanto à questão das taxas de juro, estão muitos agora a pagar por desvarios cometidos no passado recente. E outros, os menos abonados, a serem vitimas do sistema (lembram-se do sistema?).

Um ponto importante que focas: é necessária à população uma certa educação e formação financeira, que a maioria dos cidadãos não tem. Só com esta não se teriam cometido muitos dos erros que agora fazem doer.