Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

terça-feira, outubro 03, 2006

Deslocalização para Espanha e os seus Opositores

A deslocalização das empresas internacionais para Espanha deve-se na minha perspectiva aos seguintes factores: Centralidade Ibérica e consolidação do mercado Ibérico que é um mercado único na perspectiva das multinacionais há bastantes anos. Principalmente das multinacionais norte-americanas. Forte relacionamento politico-diplomático EUA-Espanha que se aprofundoubastante com o Governo de Aznar e que já é uma continuidade e um eixo permanente da politica externa espanhola. Imagem de prestigio internacional de Espanha e o seu crescente papel como actor na cena económica e comercial internacional. Atractividade fiscal do mercado. Melhores custos operacionais em termos de logistica e de supply chain. Forte competitividade dos Portos Espanhóis: Barcelona e Valência emdetrimentos dos Portos Portugueses. Qualificação dos RH e internacionalização das universidades espanholas.Por exemplo no ranking dos MBA do The Economist o IESE já está no topo a competir com o mundo anglo-sáxonico. Para não falar em ESADE e Instituto de Empresa. As Universidades Espanholas e digo isto por conhecimento de causa todos os anos atraem milhares de estudantes qualificados do mundo latino-americano na área das pós-graduações. Se uma multinacional norte-americana com interesses na america latina quiser recrutar um quadro para mobilidade internacional ou para ser expatriado para esses mercados pode recrutá-lo em Espanha ou nos EUA (hispano-falantes).
Posicionamento internacional de cidades como Barcelona e Madrid que desenvolveram estratégias de marketing territorial com vista a atrair quadros internacionais e IDE. O que é que Lisboa e Porto por exemplo têm feito nesse sentido? O Mestre Kotler já falava deste novo marketing que nos lembra o velho modelo das cidades-Estados. Politicas públicas coerentes e transparentes. O modelo de comunidades autónomas em Espanha torna-se mais fácil para quem quer investir e obter incentivos. Forte articulação Estado/Banca e Associações de empresários quer na estratégia de promoção das exportações quer na atraacção de IDE. Diplomacia económica profissionalizada. A existência de um grande número de quadros espanhóis em posições de destaque em empresas internacionais que podem influenciar os mecanismos de decisão. Na internacionalização das economias e captação de IDE esse aspecto não deve ser descurado e Espanha sabe utilizar com habilidade.No caso português temos que saber "vender os nossos atributos positivos"numa perspectiva de longo prazo.O investidor olha para Portugal como um todo. E como sabem as nossas politicas públicas não são coerentes e numa perspectiva de longo prazo mas meramente de carácter imediatista e mediático.Como captar investimento para Portugal? quando o todo não funciona em harmonia? Poder Central, Autárquico, Institutos Públicos? a Johnson Controls fecha............a GM da Azambuja fecha........e o português fica sempre a espera que o D. Sebastião do Terreiro de Paço venha resolver-lhe esta questão? sempre o Estado omnipresente...... E os clusters nacionais com PME portuguesas onde estão? essas não apoiam porque não dão direito a capa de jornal e feira de vaidades.....toca a apoiá-las na sua internacionalização com programas realistas e exequiveis como se faz em Espanha

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