Fórum de Reflexão Económica e Social

«Se não interviermos e desistirmos, falhamos»

segunda-feira, agosto 21, 2006

Portugal com tradição na pesca

Fiquei mais uma vez simultâneamente surpreendido e encantado pelas notícias que li sobre Portugal.

Temos a maior Zona Económica Exclusiva da UE no Atlântico, com uma área de 1.656.000 Km quadrados de mar sob a nossa jurisdição, a 4ª maior frota de pesca comunitária, que representa 11,2% do total da UE, temos o 3º lugar no nº de pescadores e empregados na industria transformadora de pescado, no contexto europeu, com cerca de 20 mil postos de trabalho. Por ano e ainda no contexto europeu, temos o 10º lugar em termos de produção, com 221 mil toneladas de peixe capturado.

Mais interessante ainda é que somos o 3º país do mundo a consumir peixe e o 1º na comunidade europeia. A Islândia é o líder com um consumo de 91 kilos/pessoa/ano, o Japão o segundo, com 65 Kilos/pessoa/ano e Portugal com 57 kilos/pessoa/ano.

No entanto como exportamos muito, das 221 mil toneladas capturadas, exportamos 117 mil, isto significa que temos que importar dois terços do que consumimos, i.e. cerca de 371 mil toneladas para satisfazer as 466 mil toneladas que consumimos.

Porém o sector tem vindo a sofrer, como muitos outros: os empregados neste sector já foram mais de 30 mil há 10 anos e só nos últimos 6 anos foram abatidas 264 embarcações (porque nos dizem que pescamos demais!). Por outro lado e apesar destes números apenas 3,6% do que produzimos (capturamos) é consumido pelos 25 de UE, muito pouco.

Outros problemas no sector são o excesso de corporativismo (mais uma vez), com demasiadas associações e organismos associativos, com os quais não é fácil (nem muitas vezes possível) falar, com muitos jogos de interesses à mistura, o que se vira contra os próprios pescadores.

Recomenda-se o combate ao excesso de corporativismo, com coragem política, com sabedoria empresarial, com esclarecimentos aos interessados (os pescadores) e com clarificação das suas vantagens e ganhos em combater esta burocracia e os lóbis instalados. O sector precisa e o país agradece. Este é um dos seus males. Vá Portugal fazer Lóbi em Bruxelas a lutar pelo sector em defesa do seu mar.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável

É um dos desígnios nacionais e a estratégia com a qual os governantes portugueses se comprometeram perante os parceiros europeus (estratégia de Lisboa em 2000) e que têm que cumprir. Deve ser do conhecimento de todos os portugueses sendo obrigação da sociedade civil proceder ao seu acompanhamento, análise, crítica e eventuais correcções através de sugestões.

Como tal deve ser do conhecimento de todos os fresianos. Daqui que seja importante o seu debate, até porque incorpora um dos temas do nosso actual debate e discussão: a educação e o conhecimento.

É obrigatória a visita ao site www.desenvolvimentosustentavel.pt

Aqui ficam resumidos os seus objectivos:

1. Preparar Portugal para a “Sociedade do Conhecimento”- acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico e melhorar as qualificações e a valorização do capital humano.

2. Crescimento sustentado,competitividade à escala global e eficiência energética – assegurar o crescimento mais rápido da economia portuguesa.

3. Melhor ambiente e valorização do património natural – modelo de desenvolvimento que integre a protecção do ambiente e a conservação dos recursos naturais.

4. Mais equidade, igualdade de oportunidades e coesão social – assegurar a satisfação de necessidades básicas como a saúde, justiça, formação, educação, cultura e segurança social.

5. Melhor conectividade internacional do país e valorização equilibrada do território – melhor planeamento com efeitos directos no território de modo a reduzir a periferia geográfica do país no contexto europeu.

6. Um papel activo de Portugal na construção europeia e na cooperação internacional - afirmação de Portugal no Mundo através de uma estratégia de sustentabilidade global e do reforço das relações internacionais do país com algumas regiões mais determinantes para o nosso futuro.

7. Uma administração pública mais eficiente e modernizada – elemento fundamental para uma governação com sentido estratégico e o caminho para uma maior eficiência do estado.

O Governo e o país estão a solicitar a colaboração da sociedade civil a participar neste debate do desenvolvimento sustentável e a dar o seu contributo. A sociedade civil não pode demitir-se desta sua responsabilidade. Por isso ao FRES é pedido que colabore e participe. Para o efeito é obrigatório intervirmos neste debate através de recomendações a prestar no site indicado.

Está no entanto aberto o debate entre nós sobre este tema, se acharmos necessário, até ao final do mês de Agosto e até 15 de Setembro, data limite para as nossas recomendações.

Saudações Fresianas